segunda-feira, 13 de abril de 2015

Insaneana Brasileira Número 71 - Papagaios Curiosos

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Nos poleiros à luz do sol. O que houve? O que é? O que vai? Em repetições maneiras e sem propósito - papagaios. Presos pelo pé em risos fartos. Sementes de girassol e muita satisfação sem frutas. É o que somos. Dá o pé loro! Cante o hino do time. Use a roupa da moda. Em tuas plumagens um verde mais ou menos sem gosto algum. O costume entorta a boca. E as fumaças sobem solenemente pelos ares. Sim. Coloquem fogo no fumo e nas fogueiras. Todos eles sobem aos céus. Todos os espelhos numa imagem só. Vide bula. Vide a vida. Vide a vide. E tudo mais. Na banca dos camelôs e nas vitrines dos shoppings. Palavras estrangeiras adaptadas. E quaisquer signos que pintarem. Os metais enferrujaram e perderam seu brilho original. Não usamos mais as capas dos vampiros. Nem temos mais medo do escuro. Porque a claridade se tornou ainda mais cruel. Eu me envelheci aos poucos. Mas aos poucos aceleradamente como se fosse de uma vez só. Porque guardei muita coisa que o vento tentou arrancar de mim. Eu tenho medo das alturas. Mas os bandos no alto ainda brincam pelos galhos generosos. Não e não e não. Até eu mesmo mistifico aquilo que acredito e também aquilo que pensei acreditar. Sou um cético. E só acredito nas mentiras mais absurdas e improváveis. Basta aparecer na televisão ou em outro eco qualquer. Pulemos de cabeça dos abismos mais altos. Não tem importância alguma. É só a vida que vai de uma vez. É só o estampido da arma do caçador. É a armadilha que disparou antes do tempo. É o cálculo falho que falhou. Tudo se perdeu num breve instante de atraso. Olhe para a câmera e não pense em mais nada. Seja o que for repita as palavras. É com graça que de graça dançamos. Olhem as gaiolas. Como ardem nossos olhos de uma felicidade de papel. Acendeu-se o fósforo e tudo acabou. Nem poesia há de sobrar...

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