Nos poleiros à luz do sol. O que houve? O que é? O que vai? Em repetições maneiras e sem propósito - papagaios. Presos pelo pé em risos fartos. Sementes de girassol e muita satisfação sem frutas. É o que somos. Dá o pé loro! Cante o hino do time. Use a roupa da moda. Em tuas plumagens um verde mais ou menos sem gosto algum. O costume entorta a boca. E as fumaças sobem solenemente pelos ares. Sim. Coloquem fogo no fumo e nas fogueiras. Todos eles sobem aos céus. Todos os espelhos numa imagem só. Vide bula. Vide a vida. Vide a vide. E tudo mais. Na banca dos camelôs e nas vitrines dos shoppings. Palavras estrangeiras adaptadas. E quaisquer signos que pintarem. Os metais enferrujaram e perderam seu brilho original. Não usamos mais as capas dos vampiros. Nem temos mais medo do escuro. Porque a claridade se tornou ainda mais cruel. Eu me envelheci aos poucos. Mas aos poucos aceleradamente como se fosse de uma vez só. Porque guardei muita coisa que o vento tentou arrancar de mim. Eu tenho medo das alturas. Mas os bandos no alto ainda brincam pelos galhos generosos. Não e não e não. Até eu mesmo mistifico aquilo que acredito e também aquilo que pensei acreditar. Sou um cético. E só acredito nas mentiras mais absurdas e improváveis. Basta aparecer na televisão ou em outro eco qualquer. Pulemos de cabeça dos abismos mais altos. Não tem importância alguma. É só a vida que vai de uma vez. É só o estampido da arma do caçador. É a armadilha que disparou antes do tempo. É o cálculo falho que falhou. Tudo se perdeu num breve instante de atraso. Olhe para a câmera e não pense em mais nada. Seja o que for repita as palavras. É com graça que de graça dançamos. Olhem as gaiolas. Como ardem nossos olhos de uma felicidade de papel. Acendeu-se o fósforo e tudo acabou. Nem poesia há de sobrar...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Insaneana Brasileira Número 71 - Papagaios Curiosos
Nos poleiros à luz do sol. O que houve? O que é? O que vai? Em repetições maneiras e sem propósito - papagaios. Presos pelo pé em risos fartos. Sementes de girassol e muita satisfação sem frutas. É o que somos. Dá o pé loro! Cante o hino do time. Use a roupa da moda. Em tuas plumagens um verde mais ou menos sem gosto algum. O costume entorta a boca. E as fumaças sobem solenemente pelos ares. Sim. Coloquem fogo no fumo e nas fogueiras. Todos eles sobem aos céus. Todos os espelhos numa imagem só. Vide bula. Vide a vida. Vide a vide. E tudo mais. Na banca dos camelôs e nas vitrines dos shoppings. Palavras estrangeiras adaptadas. E quaisquer signos que pintarem. Os metais enferrujaram e perderam seu brilho original. Não usamos mais as capas dos vampiros. Nem temos mais medo do escuro. Porque a claridade se tornou ainda mais cruel. Eu me envelheci aos poucos. Mas aos poucos aceleradamente como se fosse de uma vez só. Porque guardei muita coisa que o vento tentou arrancar de mim. Eu tenho medo das alturas. Mas os bandos no alto ainda brincam pelos galhos generosos. Não e não e não. Até eu mesmo mistifico aquilo que acredito e também aquilo que pensei acreditar. Sou um cético. E só acredito nas mentiras mais absurdas e improváveis. Basta aparecer na televisão ou em outro eco qualquer. Pulemos de cabeça dos abismos mais altos. Não tem importância alguma. É só a vida que vai de uma vez. É só o estampido da arma do caçador. É a armadilha que disparou antes do tempo. É o cálculo falho que falhou. Tudo se perdeu num breve instante de atraso. Olhe para a câmera e não pense em mais nada. Seja o que for repita as palavras. É com graça que de graça dançamos. Olhem as gaiolas. Como ardem nossos olhos de uma felicidade de papel. Acendeu-se o fósforo e tudo acabou. Nem poesia há de sobrar...
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