São tantas as penas e apenas isso. Fênix encontrada na esquina bem baratinha. É o show e a comédia em piadas imprecisas tão mais fáceis de se ver. Eu olho pela janela e nem sei quantos dias já se passaram. Códigos secretos em velhas guerras. Não há nada. Nem podemos na verdade reclamar. Eu hoje sei coisas mais simples e por isso mais profundas ainda. Vamos chorar cada dia mais. Porque o tempo nos abandona em passos largos. E a vida se faz apesar de toda morte. Eu queria brinquedos novos. Mas os velhos enterneciam bem mais meu coração. Música boa tocando no velho rádio. E as cenas bonitas de teatro. Olhem com atenção. Os versos que só podem ser feitos dentro do peito. Os poemas que falam de claros enigmas que só podem ser falados com os olhos. E as lágrimas são cristais que quebrarão mais cedo ou mais tarde. Nunca fale demasiadamente sobre as alegrias. Elas costumam fugir quando proclamadas. E para onde elas vão não temos acesso algum. Eu abro as portas para que a luz entre por elas e faça os grãos de poeira brilharem novamente. Todas elas são mais antigas dos que as da percepção. Eu trago em mim vários destinos. Principalmente aqueles que não vivi e que gostaria ter vivido. Cada nome diferente que não tive. Cada hora que passou em branco. Cada minuto engolido num turbilhão de águas. Choveu algum dia e na verdade eu nem vi. Eu dormia um sono que eu não queria. Tentei por longos segundos ficar de olhos abertos dentro da minha própria escuridão. Mas não pude. Era muito peso em minhas pálpebras e tudo caiu. Caiu como uma folha que pesa e muito. Esperem por mim. Esperem um pouco. Não sei correr direito e tudo agora me dói como sempre doeu. Muros e árvores não me viram. Mas o meu coração estava lá em cima. Eram solenes as minhas febres e mais nada tenho à declarar. Vocês não me conhecem. Na verdade nunca me conheceram. De anjo só tive as asas. Mas nunca fui em dias de procissões. Aquelas procissões em dias de frio que eu sempre queria ver. São sinais ou são bombas que agora caem dos céus? Não sei e pouco importa quando o tempo já foi...Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
sexta-feira, 3 de abril de 2015
Avis Rara
São tantas as penas e apenas isso. Fênix encontrada na esquina bem baratinha. É o show e a comédia em piadas imprecisas tão mais fáceis de se ver. Eu olho pela janela e nem sei quantos dias já se passaram. Códigos secretos em velhas guerras. Não há nada. Nem podemos na verdade reclamar. Eu hoje sei coisas mais simples e por isso mais profundas ainda. Vamos chorar cada dia mais. Porque o tempo nos abandona em passos largos. E a vida se faz apesar de toda morte. Eu queria brinquedos novos. Mas os velhos enterneciam bem mais meu coração. Música boa tocando no velho rádio. E as cenas bonitas de teatro. Olhem com atenção. Os versos que só podem ser feitos dentro do peito. Os poemas que falam de claros enigmas que só podem ser falados com os olhos. E as lágrimas são cristais que quebrarão mais cedo ou mais tarde. Nunca fale demasiadamente sobre as alegrias. Elas costumam fugir quando proclamadas. E para onde elas vão não temos acesso algum. Eu abro as portas para que a luz entre por elas e faça os grãos de poeira brilharem novamente. Todas elas são mais antigas dos que as da percepção. Eu trago em mim vários destinos. Principalmente aqueles que não vivi e que gostaria ter vivido. Cada nome diferente que não tive. Cada hora que passou em branco. Cada minuto engolido num turbilhão de águas. Choveu algum dia e na verdade eu nem vi. Eu dormia um sono que eu não queria. Tentei por longos segundos ficar de olhos abertos dentro da minha própria escuridão. Mas não pude. Era muito peso em minhas pálpebras e tudo caiu. Caiu como uma folha que pesa e muito. Esperem por mim. Esperem um pouco. Não sei correr direito e tudo agora me dói como sempre doeu. Muros e árvores não me viram. Mas o meu coração estava lá em cima. Eram solenes as minhas febres e mais nada tenho à declarar. Vocês não me conhecem. Na verdade nunca me conheceram. De anjo só tive as asas. Mas nunca fui em dias de procissões. Aquelas procissões em dias de frio que eu sempre queria ver. São sinais ou são bombas que agora caem dos céus? Não sei e pouco importa quando o tempo já foi...
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