Com bons olhos vejam a história. Não o julguem – apenas olhem. Cada passo, enfadonho ou triste, mas digno de pena e atenção. Bem cedo veio o vidro e depois o inútil corte. Por quê? Porque a luz que o guiava foi a sua perdição, nos cantos escuros do quarto nada foi e tudo ainda.
Não entendeu o que eu disse? Nada posso mais lhe falar do que a linguagem surda do coração. Qual Quixote há muito perdido em sua lucidez, cantemos cada triste figura passada em antigos desenhos.
Eu quiz e quiz cada vez mais ser alguma coisa fora de mim mesmo e quanto mais resisti fui eu mesmo e cada vez mais.
Feio fiquei quanto mais queria a beleza. Mau quando queria cantar para os céus. Triste no meio da festa. Sem amores ontem, hoje e sempre. Não sei quantas dores senti, mas que as tive isso sim, tão certo como uma conta em exagero.
Minha avó ia morrer. Mas o que era a morte fora do que eu sentia? Pois bem, façam-lhe por menos. Se o menos pudesse ser feito. Mas nós fugimos do berço e invadindo a sala de aula, recebemos a nós mesmos nossa única e insana lição de piano. Fique com o lado direito que eu fico com o outro lado.
Por que choram? Olhem, ela não morreu, apenas dorme. O sono que muitos dormem e ainda não acordaram. Quando morrer, apenas dormirei, e cada eternidade na verdade é tempo algum.
Se até aqui nada entendeu, repetes os muitos que vi...
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