sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Para L.

 


Dorme em meio ao barulho

Meu pequeno e frágil demônio

Não espere um sorriso sincero

Dessa noite tão suja

Ela nunca poderá lhe dar

(Dentro dela existe uma outra)...

Todo perigo é uma droga mais forte

E overdoses sempre acontecem...

Esquece o dia de ontem

Minha inocente e pura vilã

Tudo acontece como está escrito

E até os imprevistos estão previstos

A matemática do acaso funciona

(Essa nossa grande desconhecida)...

Toda parede acaba desabando um dia

E o mundo é feito de muitas paredes...

Sonha todos os teus sonhos

Minha ingênua e precoce serpente

Os drinques coloridos não farão

Esquecermos todas as nossas mágoas

(Nem o riso da droga será verdadeiro)...

Neste grande circo que é o mundo

Só a plateia tem o direito de rir...

Durma logo está amanhecendo

Minha doce e adorável Lilith

Os seres noturnos fogem do dia

A luz também pode nos cegar

(De predadores viraremos presas)

Teus olhos brilharão mais uma vez

Antes que venha um grande sono...

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Apenas Isso

 


Sou um cara normal

como os outros diferente

nem bom e nem mau

apenas isso - gente...


Como muitos que sonham

os meus sonhos se perderam

causando muitas feridas

e essas feridas - doeram...


Sou uma peça social

de uma classe decadente

sem fama e nem capital

apenas isso - gente...


Como muitos que choram

como muitos ainda chorarão

mas mesmo assim o choro

pode se tornar - canção...


Sou mais um boçal

mesmo sendo inteligente

tão diferente e tão igual

apenas isso - gente...


Como muitos se enganaram

eu também me enganei

mas no fim não há engano

como todos - morrerei...


Sou um cara normal

como os outros diferente

oração e carnaval

apenas isso - gente...

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 82



Tudo escapa entre os dedos

Tanto as alegrias quanto os medos

Tudo corre dos medos

Tanto as esperanças quanto os brinquedos

Todas as coisas são brinquedos

O que sonhamos e seus arremedos...


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Pode esquecer de mim,

até eu mesmo esqueço,

Não preciso nem gritar,

a morte sabe o endereço...


Pode debochar assim,

tudo na vida tem seu preço,

Não posso nem reclamar,

se nunca tive seu apreço...


Pode solicitar meu fim,

nem no fogo mais me aqueço,

Há muito que eu só sei chorar,

desde o tempo em meu berço...


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Entre dedos 

entre linhas

Nossas almas

tão sozinhas

 

Onde estão os passarinhos 

que pintam cores nos céus?

As flautas cessaram

de uma vez seu canto?


Entre dedos 

entre linhas

Eu definho

tu definhas...


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é um grande teatro

em cada esquina

um dois três quatro

começa ou termina


todo começo um fim

todo fim um começo

nem bom nem ruim

em tudo um preço


é um grande fracasso

em cada vida

dentro ou fora de espaço

começa ou termina...


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O amor é um vidro mágico

que acaba nos cegando

pela ilusão das cores

através dele...

A paixão é um veneno certeiro

que nos deleita grandemente

enquanto vai matando

aos poucos...

Os sonhos? Os sonhos são cordas

em volta do pescoço

que também nos falam:

Pule! Pule logo!


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Dispenso o uso de pompa

nas palavras

Eu as uso apenas

como complemento 

aos meus olhos

Dispenso certos detalhes

que atrapalham

Os jardins mais bonitos

nasceram de corações

e a alma das flores lá

Dispenso todos os castelos

as pedras partem

Prefiro o riso das estrelas

e o choro das nuvens

caindo sobre mim...


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Coração:

quebra-cabeças de milhares de peças

se uma faltar...

Mente:

espelho com manchas ou quase sem

prestes à quebrar...

Imaginação:

uma corda bem esticada, tensa

que pode arrebentar...

Loucura:

a amiga que vem nos socorrer

quando precisar...


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Palavras muitas,

palavras poucas,

palavras afinadas,

palavras roucas,

palavras certas,

palavras erradas,

palavras gritando,

palavras caladas,

em uníssona discordância...


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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Apenas Mais Uma História de Desamor



Ela se vestia de branco

eu me vestia de preto...


E rapidamente nos encontrávamos

pelos fins de tardes avermelhados

como se eles fossem o sangue

que enrubescia nossas faces

desejando o inconfessável...


Ela possuía as cores da alegria

eu pintava minha cara de luto...


E de vez em quando discutíamos

pelas banalidades mais sérias

pelos pequenos detalhes

que ajudam aos relógios

cumprirem seus compromissos...


Ela colocava seus pés no chão

eu colocava minha cabeça nas nuvens...


E mesmo com tanta tempestade

a nossa vontade de dançar sob o céu

no meio daquelas ruas vazias

nunca passava nunca

até que um dia ela acabou passando...


Ela temia um futuro imprevisível

eu ainda chorava pelo passado...


E mesmo olhando para o teto

enquanto nossos cigarros queimavam

podíamos imaginar todas as estrelas

que em bando se indagavam

porque não estávamos dormindo...


Ela foi pro cais e partiu 

eu fiquei no mesmo lugar chorando...


E mesmo sem saber mais notícias suas

ainda fico imaginando aqueles olhos

aqueles olhos que brincavam comigo

correndo pelos mais eternos labirintos

até que não pudesse mais correr...


Ela correu direto pro que chamou vida

eu estou o esperando a morte que já veio...

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

That Girl

  





















That girl over there on the street

Drunk  and drugged

One day it was my dream

Today is nothing more...


That dream that's dead

There in that pile of trash

It"s the love I had for her...


That dead 

Walking on deserted  streets

It's me 

And now 

I can only cry...


That girl...

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Não Mexer na Ferida para Não Doer

Adicionar legenda
Na verdade eu não falo

quase nada

É o mesmo que mexer

 numa ferida

pra ver ela doer...


Eu evito de escutar

velhas músicas

Que é pra saudade

não me bater

mais do que a vida...


Eu me encolho num canto

fico quietinho

Talvez não me percebam

e o malvado desamor

não veja meu rastro...


Passam horas muitas delas

aflição danada

Ninguém até agora ligou

ver se estou triste

ou mesmo em desespero...


Tudo é sempre o mesmo

medos repetidos

O amanhã é um enigma

tão complicado

como o hoje e o amanhã...


Pouca diferença há

em todo existente

Chuvas e sóis misturam

para algumas alegrias

e algumas tristezas também...


Na verdade eu não falo

quase nada

É o mesmo que mexer

 numa ferida

pra ver ela doer...

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Apenas Um Poema



Isso é apenas um poema...

Não é a solução dos problemas do mundo,

Nem o fim de todas as guerras,

Nem a realização dos sonhos perdidos,

Nem o fim de todos os nossos choros...


Isso é apenas um poema...

Não é a resposta para todas as perguntas,

Nem os enigmas serão solucionados,

A maldade ainda continuará a existir,

Haverá fome e haverá injustiça ainda...


Isso é apenas um poema...

O arranjo de algumas palavras

De alguém que quis mudar a vida

Mas não conseguiu mudar a si mesmo,

Continuando por perdidos caminhos...


Isso é apenas um poema...

Nem feio e nem bonito e nem mediano,

Apenas algumas palavras que o peito

Acabou me dando feito a esmola

Ao menino faminto que estende a mão...


Isso é apenas um poema...

Não é a declaração de um amor desfeito,

Talvez um pouco de eternidade passageira,

Talvez mais um nada que se perderá

Por entre as areias de um deserto qualquer...


Isso é apenas um poema...

Talvez guardado ou talvez não,

Na memória de quem o leu,

Talvez causando riso ou tristeza,

Mas definitivamente um poema...


Isso é apenas um poema...

Apenas isso...


(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Da Natureza do Que É Inquestionável

 


É inquestionável que o tempo não pare. Economizemos o nosso choro, pois de nada adiantará tal procedimento. Relógios são mudos, são surdos e são cegos. Aprendamos logo está lição, antes que seja muito tarde...

É inquestionável que os sonhos também nos firam. Não há caminhos sem pedras, descalça nossa alma vai. Tudo tem seu preço, o preço da verdade é o mais alto. A mistura da realidade com a ilusão pode ser indigesta ou mesmo venenosa...

É inquestionável que tudo siga adiante. Nada impede que o amor nos machuque, mesmo quando não é a sua intenção. Rosas e espinhos, o casal perfeito entrando na carne. O sangue que corre nas veias pode também ser chuva...

É inquestionável que o nosso silêncio seja útil ou não. Tenhamos cuidado com certas perguntas que fazemos. Nossa satisfação pode nos matar, assim o tédio comparece ante nós. O susto e a aventura trazem algum riso, ele poderá nos salvar também...

É inquestionável que a morte é para tudo e todos. As lembranças mais queridas também acabam, a nossa memória quase sempre falha. Não importa com tudo se acaba, importa como vemos esse fim, se doerá ou não...

É inquestionável que somos maus por natureza. Tentemos ir contra a maré, esquecendo o que há em torno de nós. Os maiores pacificadores foram rebeldes, os que mudaram o mundo andaram na contramão e acabou dando certo...

É inquestionável que a palavra construa mais castelos que as pedras. Os discursos feitos com os olhos falam mais evidências que as fotos requintadas das redes sociais. Os versos das velhas canções ainda impregnam o ar por toda eternidade...

É inquestionável que o sentimento vença a razão. Nos abismos acontecem os melhores vôos porque precisamos da maior distância, assim como as aeronaves precisam para voar. Assim como as aves de rapinas precisamos de precisão...

É inquestionável que todas as questões sejam levantadas, sejam incômodas ou não. O espaço para ser percorrido, mesmo sob o triste signo do cansaço e do desconforto. Sangrar ou não sangrar é apenas um acidente de percurso...

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Sobre Chuvas e Ventos Fortes ou A Dança do Encanto

 



Em ventos fortes ou temporais,
sob o céu,
bem ao léu,
com pouco ou com bem mais...

Meus pés acordaram,
essa dança desejaram,
uma dança esquecida,
que eu lembrei - a vida...

Em paixões mortas ou desamores,
nada mais, 
sem o cais,
com prazeres ou com essas dores...

Meu espelho quebrou,
já nem sei quem eu sou
e se ainda dói a ferida,
eu hei de suportar - a vida...

Em noites na cama ou nas ruas,
vou sozinho,
meu caminho
são pedras que ferem tão nuas...

Meu carnaval foi embora,
se chegar a minha hora
não chorarei na despedida,
porque eu já vivi - a vida...

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Despudorada



não se acanhe,
não precisa esconder a bunda
eu já vi muitas delas..
algumas pessoalmente,
outras em velhas revistas
que o menino folheava
aflito no banheiro,
outras no grande mostruário
dos dias de hoje...
as ruas estão cheias delas...

não precisa sorrir,
mostrar um sorriso falso
como muitos por aí...
alguns são de desespero,
outros são sem motivo
já que tudo anda tão ruim
e a morte tem vindo
com mais frequência,
anda tão atarefada...
mas menos ligam...

não diga que me ama,
eu sei que é apenas mentira
que faz parte desse teatro...
o dinheiro é um deus malvado,
ele tanto constrói o mundo
como destrói os seres
e o teu cachê por mais alto
que possa parecer, é nada,
pois leva toda a dignidade...
mas bocas precisam comer...

não se acanhe,
não precisa esconder a bunda
eu já vi muitas delas...
todas elas são parecidas
quando não existe amor, 
são apenas pedaços de carne,
uns mais apetitosos e outros não,
a nossa tolice nos governa
e nos leva levemente ao nada...
minha doce e querida despudorada...

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Um Poema Sem Motivo

Autismo: como cuidar da saúde bucal de crianças com o transtorno | Veja  Saúde
Dedos lambuzados
razão para nada
eu queria antes
agora não quero mais
empurrei a felicidade
de porta á fora
e joguei os sonhos
pela janela do quarto
Insensível! Insensível!
falei a mentira do ano
olhando para a parede
por falta 
de um vocábulo qualquer
eu não sei mais
que ruas quero andar
com essa liberdade
um pouco repressora
talvez alguns carnavais
caíram bem melhor
mesmo que invisíveis fossem
reparo em tuas fotos
e derrapo nas curvas
como um suicida
que acabou batendo
direto no primeiro poste
que encontrou
eu quero tudo 
e por isso não quero nada
estou na próxima curva
assoviando coisas sem sentido
por debaixo da minha
triste e real máscara
todo irreal não passa
de uma realidade malfeita
em sonetos sem rimas
e nada mais nem menos...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Um Tédio


Tento em vão exercer o mais nobre dos ofícios,
praticar o mais exaustivo dos exercícios
Que o mais triste dos mortais pode praticar
ficar na cama, imóvel e apenas - olhar...
Olhar para ver se as paredes envelhecem
assim como envelheço e os meus medos crescem
Um tédio vai entrando e consumindo por dentro
e eu nem sei mais por quais labirintos eu entro...
Sei que entrei em muitos deles, até que me perdi
e até hoje me pergunto: O que estou fazendo aqui?
Poderia bem estar em um outro mais feliz lugar,
conhecer novas terras, novos céus, um novo mar...
Ser o valente cavaleiro, o mocinho, o novo herói,
mas vem esse mesmo tempo que tudo destrói...
O tempo que derruba sonhos, derruba os castelos
e também acaba com os nossos sonhos mais belos...
Queria apenas poder fumar os meus cigarros,
enquanto lá fora vão passando todos os carros,
Enquanto as guerras matam o que há pela frente,
seja mata, esperança, bicho e também gente...
Eu gostaria de ser até mais um pouco simpático,
não falando verdades, o que é até mais prático...
Não me sentir tão culpado com tudo de ruim,
não desesperar com o que não aflige a mim...
Mas eu sinto em minh'alma a dor do meu irmão,
com certeza mesmo magoado ainda tenho coração...
Eu queria ao menos poder dormir mais um pouco,
não me ficar tão aflito como se fosse um louco...
Mais um cigarro e beber mais um outro café,
olhar pela janela e saber que a vida é o que é...
Que talvez para todas as coisas existem remédios,
menos para a morte que é o maior dos tédios...

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Bailado


Como a folha se espalha,
Como se espalha a folha...
Bailado ou batalha?
Não temos escolha...

Flexione as pernas,
Flexione os braços...
As alegrias são eternas?
Talvez os cansaços...

Como a brisa que beija,
Como o beijo da brisa...
O que a alma deseja?
O amor não avisa...

Meça as distâncias,
Meça os espaços...
O que são as ânsias?
Queremos abraços...

Como canta o dia,
Como o dia canta...
Onde está a alegria?
Às vezes se espanta...

Esqueça o medo,
Esqueça a morte...
Ela não veio cedo?
Foi questão de sorte...

Como a folha se espalha,
Como se espalha a folha...
Bailado ou batalha?
Não temos escolha...

sábado, 3 de outubro de 2020

Invisíveis



Não têm nada...
Ou quase nada...
Muito mal o corpo e o espaço
Que eles ocupam...
Muito mal o ar que respiram e o sol
Que bate em suas cabeças...

Não têm nada...
Ou quase nada...
A boca faminta e desejo nos olhos
Que nunca terão...
Apenas a dor de terem nascido
Mesmo que viver seja a meta...

Não têm nada...
Ou quase nada...
A roupa rasgada e muito suja
Que nunca foi lavada...
Todos aqueles que vivem rindo
Não reparam nos que choram...

Não têm nada...
Ou quase nada...
A palavra muda e o gesto falho
Que fingem não ver...
O tanto que é jogado fora
E que poderia ajudar muitos...

Não têm nada...
Ou quase nada...
Sem cor alguma e sem direitos
Porque direito é para quem tem...
A justiça é uma pilhéria
Uma piada de mau-gosto...

Não têm nada
Ou quase nada...
Apenas um buraco e um número
Quando isso lhes for possível...
Ninguém dará por falta deles
Pois são os pobres - os invisíveis...

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Todos Nós

A Educação e o Muro | O Retalho
Todos nós, todos nós...
Os vendidos, os comprados, os bandidos, os mal amados...
Um grande rebanho, uma matilha de cães adestrados, debaixo do mesmo sol, andando sem rumo ao nada. Qual é a novidade? Qual é a promoção? Vamos achar uma nova fila, mais um motivo qualquer para poder respirar mais um pouco...
Todos nós, todos nós...
Os aceitos, os recusados, os perfeitos, os aleijados...
Os grandes farsantes de um tempo inexistente, só existe ilusão, todos os relógios são apenas mera aparência. O que é a verdade? O que não é a mentira? Vamos comer mais um bocado, talvez a nossa dignidade permaneça mais um pouco...
Todos nós, todos nós...
Os subversivos, os acostumados, os discursivos, os calados...
A confusão de meros passantes cheios de medo, medo de uma violência que nos pertence, casa um deu seu pedaço de contribuição. Onde é a porta de saída? O remédio dará resultado? Vamos banalizar a infelicidade cada vez mais, fingir que não escutamos mais grito algum...
Todos nós, todos nós...
Os inocentes, os condenados, os decentes, os tarados...
Os nossos peitos são uma grande caixa de surpresas, nenhuma previsão acontece de forma exata e o imprevisto nos derruba no chão. De onde vêm tantos sustos? De que arma saem tantos tiros? Desconhecer certas evidências é uma forma de prevenção como outra qualquer...
Todos nós, todos nós...
Os vestidos, os pelados, os compridos, os encurtados...
Os esconderijos são igualmente inúteis para qualquer defesa, os juízes batem seus martelos por pura força do hábito. Quantas vezes já choramos escondidos? Quantos sustos ganhamos? Em nossos diários escondemos muitas bobagens inconfessáveis...
Todos nós, todos nós...
Os miseráveis, os abastados, os notáveis, os disfarçados...
Existe apenas o caminho e o fim dele é apenas uma impossibilidade, até a esperança acaba cansando. Quantas perguntas ficaram engasgadas? Quantos tropeções nos feriram? Ocupar espaço e gastar oxigênio é a nossa meta...
Todos nós, todos nós...
Os aplaudidos, os desprezados, os bem-nutridos, os esfomeados...
A santidade de alguns é igual ao inferno de muitos, a arte e a loucura dançam um tango solene. Vamos bater palmas para a tolice? Vamos dar o nosso voto para a maldade? A fila para a morte nunca pára...
Todos nós, todos nós...
Os vendidos, os comprados, os deprimidos, os exaltados...
Todos nós, todos nós... 

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...