terça-feira, 20 de outubro de 2015

Insaneana Brasileira Número 87 - Chamarás, Chamarés & Chamarins

Ah! Tá... Vá que leve seu candengo safadico de nada. Eu, Sá Ninha declaro que neste mundo de ManDeus três tipinhos de águas fazem a diferença: Os que sonham, os que não sonham e os que nem sabem o que é isso. Os que sonham? Comem dobrado e comem puído, mas nas nuvens chegam. Sonhar é compromisso. Subir nuvens como quem brinca de goiaba no pé. É bom, mas tem seu perigo. Laranjicas também. Hum... Os que sonham constroem castelos mais fortes que os pedrados e circos de cavalinho que trazem risos nas bocas. Risos na boca são jardins de dentro. Crianças que souberam agarrar a eternidade com os dedos. Um estalo e estamos lá em cima. Hum... Os que sonham teimam em viver como se a vida fosse feliz ao seu jeito e na verdade é. Esqueça o primeiro choro. O amor já evem de trem. Esqueça o esquecimento. Caras boas sempre terão. Mesmo em revistas velhas. Tudo amarela com o tempo. Por que reclamar? Hum... Os que não sonham? Apagaram a vela da procissão tão bonita. E em dias de chuva não saíram pra brincar. Era tão bom. Mas assim mesmo tiveram medo do pobre do bacurau. Não conversaram com pé de laranja lima lima do pé. E abortaram tantos desejos que faziam suar qualquer testa. Sem doces na calçada. Ah... E mesmo quando preso solto à vontade. E mesmo chorando daqui há pouco um risinho meio que malvado num cantinho da boca. Nem me fale. Queriam porque queriam serem maus quando podiam ser bons. Serem os vilões da treta e a água sem sabor. A nova velhice que está vindo correndo por aí. Na verdade existem muitos pesadelos que poderiam ter sido felizes. Sonhem. Façam um esforcinho porqueira trancosa. Ah... Não custa nem tostão furado. Todos podem. Palhaço também ri das piadas. Mas não. Ah... Os que nem sabem o que é sonho? São carrascos do próprio enforcamento. Tralálá e tal. Nem sabem porque vivem se é que vivem. Engravatados e bem-sucedidos perdedores. Lâminas afiadas contra o próprio peito. Uh... São apenas ecos de um grito mal sucedido que acabou na boca mesmo. O jantar está na mesa e a cerimônia vai começar. Um Cristinho crucificado na tela e lágrimas secas para ninguém colocar defeito. É sobre isso que não falamos. Uh... É a elite fazendo massa da massa. E é tudo. Não sonhar. Não não sonhar. Porque tudo é como ponta de espinho. Um tapete de ossos interminável. E como tal. Tudo em seu devido e morto lugar. Tudo em arrumadas desarrumações. Como vai a disputa? Muito bem obrigado. Como vai a desculpa? A mais esfarrapada possível. Uh... O mundo acaba em dez segundos se depender de nós. Se depender de novas tendências de moda e novos brincos para a princesa filha do Imperador. É assim. A velha tá cansada mas fala mesmo. Estrundica safaida. Vai rir da meleca que se embolou nos dedos. Animada eu tou pra quermesse da Igreja. Fiz até paninhos e novas nuvens. Tincos danados de bons. Antão-se vamos nós...Ah! Tá...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Insalubre (Miniconto)

Insalubre era a casa dela (se é que podia ser chamada de sua ou ser chamada de casa). Qualquer favela tem coisa bem melhor. Sem porta, sem j...