Corações cegos em frases mudas andam por aí à fora. Meu Deus! Quanto tempo ainda haverá para que a tristeza faça sua dança? Quanto tempo ainda haverão violões apagados e flautas sem motivo algum? Eu tinha tantas certezas que me perdi num emaranhado labirinto com milhares de corredores que vão dar em nada. Eu fui o andarilho andrajoso de frases dúbias que andaram em mim feito parasitos que na verdade eu mesmo criei. Não fui famoso e nunca serei mas ainda possuo inúmeras ruas. Foi dono de todas elas. Colhi com o mais rude carinho seus minúsculos e inumeráveis grãos de pó. Eu tinha tanto medo do escuro e do frio e acaba que eu vim de lá...
Bocas com sede de apenas beijos sem motivo algum. Meu Deus! A morte espera os quatro dias de folia para comer. A sorte se mascara e passa imperceptível por entre os homens. Enquanto o paciente pacientemente morre aos poucos em bons capítulos da mesmo novela de sempre. Eu fui um profeta de oráculos mais enganosos e apenas mais bobos. Não fui amado mas arquitetei planos que eram maus mas no fundo bons. Eu sou na verdade meu próprio senhor. E uso o chicote do desejo sem piedade alguma. Salve todos os poetas que conseguiram não chorar por suas criações...
Olhos andando em direções opostas por puro gosto. Meu Deus! Tantos segundos não contados e agora para recontar. Os relógios só choram. E um bailado de meninas tristes e feias passeia na minha frente. Xinguei tudo que podia e aquilo que não podia também. Minhas mãos trêmulas e ébrias fazem círculos sem motivo pelo ar. Não oremos mais. Porque se não fomos escutados até agora pode ser que sejamos agora atendidos e a graça acabou. As velas queimam devagar e sua luz escurece mais ainda...
Mãos apontam dedos inocentes e ainda acusadores. Meu Deus! Quando leio outros poemas me entristeço ainda mais. Por que não tive a mesma ideia. Teria sofrido bem mesmo mesmo com o alheio desespero. E se os versos são mal feitos melhor ainda. Houve sentimento mais ele não foi ao extremo. A estrada foi bem menos longa e os cigarros queimaram bem menos. Cada dia tem um brilho de sol único e não são os mesmos pássaros que cantaram ontem. Tudo se renova e acaba nos entristecendo...
Pés finalmente e sempre e sempre e sempre. Desses nem quero mais falar...
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