quarta-feira, 23 de julho de 2014

Teoria da Sanidade


É o que é. E a sanidade é a flauta na mão de um bêbado que nunca soube tocar. São apenas sopros querendo ser melodia. Mas que não o serão. Eu evito vírgulas e outros tanto quantos rituais. E a tela consome minha vista até o dia que fique cego. Não procure sentido algum. Palavras são apenas palavras. Belos artefatos de enfeite. Que alegram nosso coração.
É o que é. A nossa aparência aparente é apenas aquilo que é. Cada época uma página em um grande catálogo. Nada é igual ao outro. E velhos brindes são vistos com um ar de nojo e de loucura. Cada noite sucede a outra. E em apenas alguns centímetros se sucedem mundos. Os balões caem do alto e incendeiam o céu.
É o que é. São trejeitos de efeito. Humano folclore sem maiores explicações. É cada nota de cada canto de cada pássaro. Fazer as malas e partir. Viva e estrada. Sem exclamações. Porque tudo é exclamação. Porque tudo é uma festa ao seu jeito. E somos perseguidos por mais divertidas paranoias. As sombras brincam conosco. 
É o que é. É o tapete mágico que sobrevoa as areias do deserto. E é o deserto com suas miragens grandiosas. Milagres milagrosos. Alguns muitos acontecem ao mesmo instante. Milhares de cafés são servidos em soberbas mesas. A fumaça e o aroma sobrepujam o gosto. E os olhos são os soberanos. Há quem o diga. 
É o que é. Círculos de ar criando muros. Bolhas de sabão concretos futuros. Eu como doces mesmo que me matem. Eu galopo nuvens mesmo que sejam indomáveis. E enfrentar todas as rampas do meu próprio desespero. E todos inimigos que não pedi. Ainda não está na hora de dormir...

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