sábado, 19 de julho de 2014

Estados Relativos de Humanidade


A moda é uma embalagem retornável
E o ridículo daqui uns anos será louvável
Ninguém nunca esquece a primeira vez
Mesmo que ela seja uma vez por mês
É esquecendo qualquer ponto de partida
Que conseguimos que sobre um pouco de vida
É maquiagem é tinta é frio é camuflagem
Pequenas pílulas contendo grandes visagens
São muitas pedras são poucos caminhos
Estamos apenas coletivamente sozinhos
Se todo mundo se cala também me calo
Mas se todos gritam eu vou e não falo
E é uma dança mais do que estranha
Numa tristeza que não há mais tamanha
Todos os meus ursos de pelúcia
Todos os meus golpes de astúcia
Era um beijo somente um beijo
A sorte do periquito do realejo
Me sinto mal e entro em convulsão
É o ano todo a mesma estação
Existem na verdade muitos pesadelos
Que existem na forma de apelos
As carpideiras têm formas tentadoras
São lindas e são novas e são louras
Não temos mais tempo de respirar
Nem aqui nem ali nem acolá...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...