Onde o sono não vem mas vêm os beijos
E no meio das sombras figuras pálidas
Que só fazem aumentar os meus desejos
Eu quero o lirismo do que não mais tenho
Dos anos que já saíram então correndo
E no meio das nuvens escuras eu venho
Dono dessa lágrima que vai escorrendo
Eu quero o lirismo de canteiros cheios
Ardendo por estas tardes ainda vadias
E até alguns versos que sejam feios
Mas que encham nossas almas vazias
Eu quero o lirismo desta tal estrada
Que me chama e não pára de chamar
Mesmo que ela vá dar no nada
Eu não tenho mais tempo de parar
Eu quero o lirismo do óbvio e do comum
Do engraçado que perdeu a sua graça
Eu não bebi mas acabei ficando bebum
Embriagado nesta mesma trapaça
Eu quero o lirismo de cada poeta morto
E de cada verso que permaneceu vivo
É meu barco atracando em cada porto
E pra viver ainda algum bom motivo...
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