quinta-feira, 31 de julho de 2014

Azuis


Eu não quero ser comum nem vulgar nem normal
Quando as danças dos rios desafiam a lei da gravidade.
Nem tampouco quero o riso forçado de canto da boca
E um pequeno quadrado de cores mais bem vivas.
Porque todas as águas podem ser tão boas
Como o som de uma flauta cortando o ar.
E uma nova dança iluminada pela fogueira
Fará as noites um pouco mais que felizes.
São muitos rostos que pedem novos espelhos
E nem por isso cessaram os beijos de Judas.
Estamos com toda a pressa existente do mundo
Enquanto surgem novas liquidações em todos os lados.
São mentiras e mentiras e ainda novas mentiras
Cada qual com seu trejeito e seu modo ridículo.
É um presente escrito em letras vermelhas
Como a melhor de todas as propagandas.
Eu quero todos os prazeres da vida
Mesmo que a alegria seja prazer nenhum. 
Vamos beber em vários copos em vários bares
E dançar sobre as flores de vários jardins.
Não me importam mais quantas carpideiras
Vão chorar no meu dia seguinte.
É hora de comer e os leões estão com fome
Somos dois e a saudade nos consome sem aparentar.
Há tantos males espalhados pelo mundo
E não precisamos de nenhuma Caixa de Pandora.
Não há mais como pintar tantas paredes
Se as próprias tintas perderam suas cores.
É o grande encerramento de um Carnaval
Que simplesmente não poderá voltar mais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Insalubre (Miniconto)

Insalubre era a casa dela (se é que podia ser chamada de sua ou ser chamada de casa). Qualquer favela tem coisa bem melhor. Sem porta, sem j...