quinta-feira, 31 de julho de 2014

Azuis


Eu não quero ser comum nem vulgar nem normal
Quando as danças dos rios desafiam a lei da gravidade.
Nem tampouco quero o riso forçado de canto da boca
E um pequeno quadrado de cores mais bem vivas.
Porque todas as águas podem ser tão boas
Como o som de uma flauta cortando o ar.
E uma nova dança iluminada pela fogueira
Fará as noites um pouco mais que felizes.
São muitos rostos que pedem novos espelhos
E nem por isso cessaram os beijos de Judas.
Estamos com toda a pressa existente do mundo
Enquanto surgem novas liquidações em todos os lados.
São mentiras e mentiras e ainda novas mentiras
Cada qual com seu trejeito e seu modo ridículo.
É um presente escrito em letras vermelhas
Como a melhor de todas as propagandas.
Eu quero todos os prazeres da vida
Mesmo que a alegria seja prazer nenhum. 
Vamos beber em vários copos em vários bares
E dançar sobre as flores de vários jardins.
Não me importam mais quantas carpideiras
Vão chorar no meu dia seguinte.
É hora de comer e os leões estão com fome
Somos dois e a saudade nos consome sem aparentar.
Há tantos males espalhados pelo mundo
E não precisamos de nenhuma Caixa de Pandora.
Não há mais como pintar tantas paredes
Se as próprias tintas perderam suas cores.
É o grande encerramento de um Carnaval
Que simplesmente não poderá voltar mais...

terça-feira, 29 de julho de 2014

Não Há


Não existem diferenças
Em todas nossas querenças
Permitam-me todas as licenças
Realmente não há...

Cada lado de uma guerra

É um novo choro da terra
É uma nova vida que se encerra
E realmente não há...

Não existe um real inimigo

Prestem atenção no que digo
Esse é um pesadelo antigo
E realmente não há...

Todo poder todo dinheiro

É apenas algo passageiro
É apenas um estrangeiro
E realmente não há...

E a beleza que está no rosto

Sai como sai o gosto
É um sol que já está posto
E realmente não há...

Eu comprei a roupa da estação

Nem vi onde estava a razão
Eu tenho medo do sim e do não
E realmente não há...

Não existem diferenças

Em todas nossas querenças
Permitam-me todas as licenças
Realmente não há...

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Insaneana Brasileira Número 40 - Sá Ninha, Sá Ninha...

Resultado de imagem para velha rezadeira
É veludo pra mais de palma nossas conversas em serão. Umas conversas assim que nem retalho costurado. Hum... Entresegredos porque as guerras estão em dias contados. Umas declaradas e outras nem não. É bom nem tocar no assunto. Bebum de cerda longa. Crescem dedos extras nas mãos já calejadas de apertar botões. Puro sando. E corinhos que rodam. Rodopiam sim. Pirilampa safada. De muita carne e pouca alma. Muita promoção no mercado. É festa de cerveja. Um enchecara de alémvício. Ah tá. Nem falemos mais nisso. Nem um balido cabeça-grande. Nem um pio cria de quintal. Tome conta da sua tempestade viramundo de primeira ideia. Morda a língua safardana. Aqui em meio às cobertas tem mais segredos do que se imagina. É o povo e a que veio sempre. Tome um gole. Não faz mal. O que faz mal é o somenos pelo que somos. Gente mesmo que isso seja lá um pouco de vergonha. Rimas sem propósito propositalmente. Me entenda aí catrunco de berra! Se eu invento palavras novas é comigo mesmo! São filhas queridas como folhas que caíram no chão e secaram. O menino de olhos claros jaz debaixo da terra num onde vai. Caminhos e caminhos que dão medo. Sombras e sombras que continuam há seculos. Matunco cuidado! Nenhum foguete faz mais que os pés. É barro e toma-lhe cansaço. Todas as facas já se comeram. Era metal e só. Onde estão? Nenhum indício de ventos. Tudo parou num quadrado de bola. Numa casa sem janelas e sem portas e sem telhados num canto qualquer. Placas falando de solidão e precisão. E precisamos muito. É a necessidade do comum. Do igual. Do pequeno. Ser grande é ocupar espaço. E aparecer não é bom. Não proteste. Fica quietinho que nem um lanudo. Casacos servem pra frio. E faz frio todo dia. Bolinhas de gude perdidas à vera. Cabou a cerveja porra! Ah maldade... Eu bebia cada gole num estala-língua dos bons. Era muito e não era nada. Faz parte do retalho entonce. Mais um copo só e vamos que vamos na descida da ribanceira. Escorregou caiu. Sem pausa sem nada. Sem controlo oras. Tá pra nascer o macho que me diga não. Tá pra nascer a lei que mate o meu coração. Que pare o mar. E faça voltar o vento que vem por aí. Berê cadê tu mulher? A glicose anda feio né dona ruça? É muito jasmim cheirando o ar que me embrulha até os olhos. Cansado de vidro sim e sim. Muito refrigerante e bolinhos pra conversa. Simples simples. Que nem os cacos que sobraram da briga. Melenda de rosto nito. É o que temos pra hoje. Ziquinha, meu chá!

domingo, 27 de julho de 2014

Quadrados

Resultado de imagem para cubos
Quadrados singulares
Quadrados espetaculares
Quadrados sem pares

Quadrados antigos
Quadrados amigos
Quadrados com perigos

Quadrados coloridos
Quadrados definidos
Quadrados não permitidos

Quadrados bem vindos
Quadrados infindos
Quadrados suspendidos

Quadrados rimados
Quadrados falados
Quadrados estados

Quadrados meus
Quadrados teus
Quadrados adeus

Eram fotos quadradas
Imagens congeladas
Feitas em nadas...

sábado, 26 de julho de 2014

Uns Olhos

Resultado de imagem para olhos azuis
Uns olhos perdidos noite adentro
Uns olhos andando na escuridão
Sorrindo num mesmo lamento
Na encruzilhada de sim e de não

Uns olhos com pupilas dilatadas

Uns olhos esferas dormindo sedados
Porque dormem e mais estão acordadas
Mas existem tiros para todos os lados

Uns olhos com o choro dentro água

Uns olhos repletos de medo e maldade
A calçada é o berço de toda mágoa
E a chuva parece com alguma saudade...

Uns olhos... Todos eles...

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Teoria da Sanidade


É o que é. E a sanidade é a flauta na mão de um bêbado que nunca soube tocar. São apenas sopros querendo ser melodia. Mas que não o serão. Eu evito vírgulas e outros tanto quantos rituais. E a tela consome minha vista até o dia que fique cego. Não procure sentido algum. Palavras são apenas palavras. Belos artefatos de enfeite. Que alegram nosso coração.
É o que é. A nossa aparência aparente é apenas aquilo que é. Cada época uma página em um grande catálogo. Nada é igual ao outro. E velhos brindes são vistos com um ar de nojo e de loucura. Cada noite sucede a outra. E em apenas alguns centímetros se sucedem mundos. Os balões caem do alto e incendeiam o céu.
É o que é. São trejeitos de efeito. Humano folclore sem maiores explicações. É cada nota de cada canto de cada pássaro. Fazer as malas e partir. Viva e estrada. Sem exclamações. Porque tudo é exclamação. Porque tudo é uma festa ao seu jeito. E somos perseguidos por mais divertidas paranoias. As sombras brincam conosco. 
É o que é. É o tapete mágico que sobrevoa as areias do deserto. E é o deserto com suas miragens grandiosas. Milagres milagrosos. Alguns muitos acontecem ao mesmo instante. Milhares de cafés são servidos em soberbas mesas. A fumaça e o aroma sobrepujam o gosto. E os olhos são os soberanos. Há quem o diga. 
É o que é. Círculos de ar criando muros. Bolhas de sabão concretos futuros. Eu como doces mesmo que me matem. Eu galopo nuvens mesmo que sejam indomáveis. E enfrentar todas as rampas do meu próprio desespero. E todos inimigos que não pedi. Ainda não está na hora de dormir...

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Canção de Todas As Luas


Eram todas as luas
Eram luas doentes
Eram todas as ruas
Eram luas ardentes

Era o beijo que nunca demos
Eram encontros mais escondidos
Era o amor que ainda temos
Eram os versos mais bem vindos

Eram todas as luas
Eram luas ardentes
E brotavam nas ruas
Todas as nossas sementes

Era a maldade sempre boa
Eram os riscos que nós passamos
Era o balanço da nossa canoa
Nesse mar que nós navegamos

Eram todas as luas
Eram luas dementes
E andavam nas ruas
Me ame eternamente...

sábado, 19 de julho de 2014

Estados Relativos de Humanidade


A moda é uma embalagem retornável
E o ridículo daqui uns anos será louvável
Ninguém nunca esquece a primeira vez
Mesmo que ela seja uma vez por mês
É esquecendo qualquer ponto de partida
Que conseguimos que sobre um pouco de vida
É maquiagem é tinta é frio é camuflagem
Pequenas pílulas contendo grandes visagens
São muitas pedras são poucos caminhos
Estamos apenas coletivamente sozinhos
Se todo mundo se cala também me calo
Mas se todos gritam eu vou e não falo
E é uma dança mais do que estranha
Numa tristeza que não há mais tamanha
Todos os meus ursos de pelúcia
Todos os meus golpes de astúcia
Era um beijo somente um beijo
A sorte do periquito do realejo
Me sinto mal e entro em convulsão
É o ano todo a mesma estação
Existem na verdade muitos pesadelos
Que existem na forma de apelos
As carpideiras têm formas tentadoras
São lindas e são novas e são louras
Não temos mais tempo de respirar
Nem aqui nem ali nem acolá...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Insaneana Brasileira Número 39 - Tudo Claro, Tudo Bem

Resultado de imagem para café na padaria
Numa mesa de padaria lanchando domingo de manhã. Ainda sonos atrasados de ontem na última cerveja. E um quase-sol querendo chegar no tempo errado. Eu estou doente e no fim da esperança. Pelo menos das coisas humanas que cabem na mão ou na tela. Não há mais desculpas para inventar. E frases bonitas nas redes sociais se mostram mais impotentes de que quando faltou a pílula no bolso. Humanos. E por isto mesmo errados ao extremo. As bombas escurecem o céu e ninguém faz nada senão aplaudir. Abram alas ao insano que chega e pede passagem. Carnaval o tempo todo. É a invenção da invenção da invenção. É meu refrigerante diet com toques de charme neo-burguês. Porque as coisas acontecem como água numa parede. Mal vemos e ali estão. Viva as pequenas aranhas que pacientemente tecem o nada! Viva a tinta fresca que repete cores! Por acaso trago sempre trago um diamante no bolso de reserva. E o domingo já se transformou na preguiça da segunda. Cada passo calculado entre a mentira e a verdade. E cada antiga moda que perdeu sua máscara. Quilômetros e quilômetros de letras em papel de pão. Eu não sei de nada. E disfarço isso fazendo desenhos na areia com o dedão do pé. Dói cada centímetro do meu ser. Mas eu esqueci de reclamar. Noites de magia. E dias escuros de muito frio. Foram pesadelos da noite passada. E o que mais vier. Vamos acordar mais cedo. E compor rocks que valham a pena de se ouvir. Eram tempos bons aqueles. Apesar de não mais causarem saudades. A minha velha jaqueta jeans já foi embora. A velha calça também. E os tênis que acompanharam muitas jornadas. Não me perguntem pelo gostos. Muitos misturaram em minha boca. E outros tantos desceram de garganta abaixo. Cada palavra foi bem escolhida ao acaso. E o coração falou mil línguas mortas e entretanto vivas. Eu não quero! Eu não quero! Mas podem me dar logo... O brinquedo novo jaz caído num canto da sala na grande caixa de desilusões óbvias. Como notícias apavorantes de uma nova guerra. Queremos paz para o dia seguinte. Queremos porque queremos e isso é um bom motivo. São vários corações desenhados no papel e flores despetaladas. Um momento senhores! Essa é a cena perfeita para ser imortalizada pelas nossas lentes... É um beijo lascivamente cheio de retoques que nunca acaba. Mesmo que os folhetins nos enganem diariamente...

sábado, 12 de julho de 2014

Por Aqui e Por Ali


São cidades onde eu ando
Terras que nunca vi
Eu vou rindo e vou chorando
Por aqui e por ali

Estou sem tempo para nada

Só para versos que escrevi
Eu sou dono desta estrada
Por aqui e por ali

São rostos que estou vendo

Um grande amor que já perdi
E como o dia vou anoitecendo
Por aqui e por ali

Estamos morrendo aos poucos

Alegria que nunca senti
Num grande asilo de loucos
Por aqui e por ali...

Eu Quero O Lirismo

Eu quero o lirismo de noites cálidas
Onde o sono não vem mas vêm os beijos
E no meio das sombras figuras pálidas
Que só fazem aumentar os meus desejos

Eu quero o lirismo do que não mais tenho
Dos anos que já saíram então correndo
E no meio das nuvens escuras eu venho
Dono dessa lágrima que vai escorrendo

Eu quero o lirismo de canteiros cheios
Ardendo por estas tardes ainda vadias
E até alguns versos que sejam feios
Mas que encham nossas almas vazias

Eu quero o lirismo desta tal estrada
Que me chama e não pára de chamar
Mesmo que ela vá dar no nada
Eu não tenho mais tempo de parar

Eu quero o lirismo do óbvio e do comum
Do engraçado que perdeu a sua graça
Eu não bebi mas acabei ficando bebum
Embriagado nesta mesma trapaça

Eu quero o lirismo de cada poeta morto
E de cada verso que permaneceu vivo
É meu barco atracando em cada porto
E pra viver ainda algum bom motivo...

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Insaneana Brasileira Número 38 - Sá Ninha Continua...

Reclamar? Ah sim continuo... Sem virgulês pois apois é vida essa querela. Tamancos e mais o ontem que foi muito pior. Armaldo de inconstanças e penúria. Bom nada. Era o gelo na sala quando tinha e o prato seco molhado de fim de semana. Roer ossos e sorrir. Sem uma palavra. Se desse certo não tinha reclamo. Era maldade lesa e sem motivo. Loucos seguindo loucos. Era tudo pintura. E como. Caiada. Parede triste. Entrança um mundo. E uns trecos enfeitando o nada. Papel colorido e muita poeira. Era infantil sim. Parece tide no escuro. Ah se foi. Cão pequinês e papagaio pedindo biscoito. E um sonho de guerra noite quase agorinha morta. Arre. Sai de retro abelhudo sem sal. Só os livros tavam vivos. E fora a poeira nenhum outro ferimento. Riso matula cambembe. Caxiri armado pra luta de antes. É dois tostões de pão e muito medo. Laranja caída no mato da estrada. Faz muitos anos ramela seca de bronque. Tudim errado Zé Nada. Pastilha de embroma. Deu tudo incerto paroara do Cão. Era ao contrário seu subimba de raça má. Tão rindo até ingora do teu atraso. Tu num tinha nada e fazia questão de exiba seu Tinhoso mavambo. É tudo sinheza sem pouso certo. Era bom? Que vá na cova e os vermes que façam banquete. Uia. Três e meio devorado. Era mentira. Só havia muito lençol. Tudo branco pra sujar mais ainda. Peticoso. De maciota escondendo dentro da gaveta. Era. Era sim. Rato seco de rabo errado. Muita fumaçada pra pouco sinal. É moda saudadeza de corno. Malino de praga. Se tivesse um filmo mostrando tudo mandava parar. Tudo é igual o cacete! Nada que chegue na mão afica lá. Tudo tudo tudo engano. Que nem TV domingo morrendo. Já acabou tudo. Só resta o soneio que vai embora. Porta pra fora que nem algum sonho. Acabou morena. Cabaço água abaixo e desvalidou. Nada nadica pra depois da véspera. Só um carnaval sem reza e sem vela nas encruza. Pra compadre. E pra comadre bela. Esterqueta malsana. Que poseada malfeita, heim? Titudo sarnento. Reclamar? Toda vez...

terça-feira, 8 de julho de 2014

Estavam Certos


Estavam certos em estarem errados
Estavam certos em fazerem chorar
E eram tiros por todos os lados
E era a maldade de não poder amar

Estavam certos em suas liquidações

Estavam certos em sua coletiva histeria
Sabemos fazer as mais loucas convenções
E logo conseguiremos apagar o dia

Estavam certos nas suas leis de guerra

Estavam certos em seu preconceito social
Vamos acabar de vez com a essa terra
E construir cada dia um novo mal

Estavam certos em matar as flores

Estavam certos em acinzentar os ares
Era apenas o bom começo das dores
E novos risos apesar dos pesares

Estavam certos somos homens modernos

Estavam certos em todos os sentidos
É a efemeridade que nos fazem eternos
E nos cegam nossos cinco sentidos

Estavam certos em viver...

Estavam certos em morrer...

domingo, 6 de julho de 2014

Insaneana Brasileira Número 37 - Reclamações e Afins de Sá Ninha

Resultado de imagem para velha bebendo cachaça
Negunço de tala. Eu aqui nesse quase não sol de véspera de caso e você aí bem-bom estorqueira. Tá que se vá. É a vida mas não conforme o vide bula de tão touceira. Pai de sanzo rumpeiro. Tu aí deitado na fanja de papo pro ar contando arroto sejo safado de marimba. Conta tudo sestro raiado de fango. Ziquinha tinha mais que menos pelo menos quase razão. Era uma água de quase zinco e pedra de meio tom. Esfera de tingo. As facas se cruzam no ar feito lesa-tundo e bengueiras liquidação de panarico e cacareco. Implora agora sebo de dia os estercores de corredores desanados. É muito lixo no mundo todo e quase que o pé fica endiabado. Espinha e espinha rato onofre que conta cada caso só de refrigério ou distraimento. Ah! Sim faz... É a última novidade. (Se é que tem...) Aperta o botão desenhado e zás! Caim de volta sem mecejo. Mecejo pra que? É tudo dolado pesteruim! Graçarico que me remendo de cola. Acontece... E ô como acontece. E de banho mesmo. Trizibu mandinho é o que é. Pompona seca de barril. Assuero. Peixe lacrado e duvidoso. O esmeril tá ligado em várias profusões. Nédio capango. Zarolho enfudado. É muita carpideira prum difunto só. A estética deu fumango. Tadinha dela tava quase no bico. E pronto! O coração deu maneixa e zapzup! É lambo é lembo é limbo é lombo é tudo nos conforme de nadica impetenetrada por francas leis perdidas num sem-tempo que falam lógica. Lógica é uma porra! Negaça de fulunco! Eu me arribiei mais de trintanos pra chegar nessa cidadona e nem vi nada! Só escadas de degraus inviersos que davam pra baixo... Vamouvi! Vamouvi! É cada nota que dá mil. É no meidemato que dá sonseira e acaba tudo em festa. Mesmo festa semgraceira de bambo. É a vida, manado! Tranqueira muda que inverte nosso terço. Eu rezo todos os dias pra não ter reza e fino. Lenço na cabeça e palido no ombro. Estanque nos céus em quaisquer jogos. Quem encontra um motivo sai correndo e caideboca. Chega de fulejo e escrebe essa merda aí... Ah, Ziquinha, cadê o café?...

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Serenos Dias

Resultado de imagem para pedra na água
Não irei reclamar de dias de muita chuva
Nem tampouco de dias de pouco sol
Está bom tudo agora já está perfeito
Porque tudo segue seu curso com aquele rio
É aquele rio que vai indo pro mar
É a vida que escorre como areia nos dedos
Cantem o samba-canção fora de época
Não esperem mais fevereiro chegar
Já se foram tantas frases boas no ar
E ninguém sentiu pelo menos seu cheiro
Todo enredo teu seu devido valor
E nunca existiram coisas bobas
Apesar das coisas tolas continuarem por aí
Mil e uma palavras saltam da tela
E de repente me vejo numa cena de cinema
É um estalar de dedos e a mágica aconteceu
O mapa dos passos da dança sumiu
E agora temos que dar nosso jeito
A última invenção da hora em manchetes
Gostamos muito de letras garrafais
É só dizer a palavra mágica e as luzes acendem
Existem vários campeonatos nas praças
E disputas sensacionais nas liquidações
As palavras escorrem da boca qual veneno
E as boas intenções pelos bueiros das ruas
Um rosto amável e muita maquiagem resolvem
É tudo mais fácil quando é mais fácil
E eu ainda tenho pressa de pelo menos viver
É tudo apenas uma questão de opinião
E de onde vai cair o napalm em quais cabeças
Até que é bom contar as vírgulas sem saber
E arrumar as iguarias do banquete
Auto-falantes apregoam suas mercadorias
E tudo se transforma numa arte final
Não reclamo não reclamo não reclamo
Nem de muitos copos sujos em cima da pia...

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Leve Vento


Leve vento muito leve
Ai que pena ai que breve
Levando folhas também sementes
Levando flores e nunca gentes

Leve vento vento levinho

Vento de brisa foi meu carinho
Vento meu outro não tive
Vento no peito ainda vive

Leve vento leve canção

Tranquila brisa leve estação
Longe dos homens das cidades
Vento pequeno de muitas idades

Leve vento muito leve

Ai que pena ai que breve
Levando folhas pelos caminhos
Lá vamos nós tão sozinhos...

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...