Imersos no tempoQueremos ser o que não somos...
Rindo de qualquer piada
Para que o coração não esmoreça...
Amando todo o perigo
Para nossa alma não arrefecer...
O ontem é bilhete de loteria
Que teimamos em guardar...
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Tudo é apenas mais uma dança...
Assim é... Assim é... Assim é...
O meu menino é grande teimoso...
Pois eu lhe aplaudo por isso...
As palavras são grandes amigas...
De todos os poetas... Todos eles...
Meus sonhos maiores que o mundo...
Pois sempre assim foram e serão...
Tudo é apenas mais uma dança...
Assim é... Assim é... Assim é...
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Guardo o espelho
Como quem se desespera
Faço minha poesia
Assim como os desenganados
Ávido de alguma esperança
Como quem se perdeu
Eu sou aquele que não foi
Que não é e que nunca será...
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Faço malabarismo com minha tristeza
Como um acrobata na hora de seu show
Cair lá de cima pode ser realmente fatal
Um erro só pode ser o final desastroso
Então aos poucos vou transformando-a
Em um pedaço qualquer de alegria...
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Um bando de saltimbancos invadiu a praça
Um bando de alegrias pulou em meu peito
Há flores que não escolhem nem estação
Porque sabem que não se pode esperar nada
As ondas não se cansam de embalar o mar
Um céu sem nuvem alguma é coisa mais rara
Tudo parece que está sorrindo até as pedras
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O amanhã? O amanhã, eu não sei...
As nuvens que estão lá em cima agora
Talvez comecem a passear em breve
E depois se escondam pela terra...
O vento que agora sopra tão manso
Pode se transformar numa ventania
E comece a varrer as folhas caídas...
O carinho que recebi dia desses
Pode ferir minhas tímidas carnes
Até que se transformem em feridas...
Aquele amor que desejei e não tive
Pode vir de repente meio sem graça
Ao descobrir que não amo mais...
O amanhã? O amanhã, eu não sei...
Minha vó dizia: Adivinhar é proibido...
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No palco do mundo loucuras
Disputas vãs sem propósito algum
Vencedores e vencidos a mesma coisa
Quem ri e quem chora iguais
Viver não é apenas o respirar
Morrer é um célere compromisso
Que vai um dia acontecer...