Eu sim, eu não, eu nada, eu tão...
Na vez passada escapei de rede
Andei por todas as ruas tão sozinho
Coloquei na alma o perfume da rosa
Sem ao menos importar com espinho...
Eu tive, eu tenho, eu vou, eu venho...
Pulei de um abismo pra poder voar
Mesmo esquecendo que não podia
Entrei por dentro do rabo da noite
E fui fingindo que não era mais dia...
Eu calo, eu berro, eu acerto, eu erro...
Achei finalmente quem é que amo
Mesmo caminhando ao fim do mundo
Quero beijá-la na boca uma eternidade
Mesmo que o tempo dure um segundo...
Eu corro, eu paro, eu distraio, eu reparo...
Mesmo não sobrando quase nada
Assim mesmo tudo é um recomeço
Todos os meus erros aqui estão
Pois cada erro tem seu próprio preço...
Eu bom, eu mau, eu rua, eu quintal...
Não tendo mais nada o que fazer
Nem sei mais o gosto que eu prefiro
Adeus para todos os que estão presentes
Já chegou a hora e eu me retiro...
Eu sim, eu não, eu nada, eu tão...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).






