terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 365 *

Não me culpem,

Uma série de fatores acabou contribuindo

Para que eu fosse infeliz

Como todo ser vivente é,

Variando apenas a frequência e a intensidade...

Alguns nem tiveram tempo pra isso

O que acaba sendo uma forma também...

Sonhos que realizei foram poucos, tão poucos...

Não me culpem,

Deixe que eu mesmo faço isso...


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Todo carnaval é um pouco inocente, sabe?

São quatro dias que porque sei lá que conta

Alguém calculou e disse: São esses!

Eles não tiveram culpa de nada do que acontece...

Era só pras pessoas saírem dançando e brincando

Sem motivo algum e até quem sabe

Fazer isso pelo resto do ano até o próximo...


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Nos tempos que eu não sabia nada

Queria saber tudo...

Muitas coisas não aprendi

E nem vou aprender mais...

Voar com asas que não tive...

Ir em terras que não conheci...

Falar em línguas que não aprendi...

Beijar em bocas que nem cheguei perto...

Acabou tudo passando...

Hoje sei de muitas e muitas coisas

Só não quero saber de nada...


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Meio tempo, meio nada

A fórmula do sucesso foi errada

Mesmo assim teimamos

E algum jeito encontramos

Não em frases soltas

Mas em águas revoltas

Mesmo num dia que acabaria


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Eu me concentrei em coisas mais importantes

(Mesmo que talvez não tão imediatas)

Afinal, eu mesmo meço o tempo que tenho...

Quantas gramas de solidão terei que jogar fora...

Quantos gestos de ternura ainda faltam fazer...

E ainda quantos passes de mágica precisarei

Para qualquer um destes céus por aí...


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Sempre é cedo demais pra jogar fora a esperança,

Sempre é cedo demais pra se cansar de viver,

Mesmo que isso pareça ser loucura...

Sempre é cedo demais pra poder correr da raia,

Sempre é cedo demais pra se dar por vencido,

Mesmo que isso pareça o inverso...


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Eu quero um grafismo mais novo

De desenhos coloridos que nunca fiz

Não me importa se haverá retas tortas

Ou se precisarei de paredes para telas...

Se vai haver IA ou não pouco importa...

Desde que sobre algum pedacinho

Que possa chamar de minha alma...

POESIA GRÁFICA XCVI *

A VULVA DELA

A VULVA BELA

A VULVA JANELA

A VULVA AQUARELA

A VULVA NAQUELA

A VULVA APELA

A VULVA PELA

A VULVA DELA...


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CARRINHO DE ROLIMÃ

CARRINHO DE HORTELÃ

CARRINHO DE AMANHÃ


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a CURIOSIDADE matou O gato

A curiosidade MATOU o RATO

a CURIOSIDADE matou O pato

A curiosidade MATOU o FATO

a CURIOSIDADE matou O jato


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seis horas

seis horas

seis horas

seis horas

UM DIA INTEIRO!


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O MUNDO ESTÁ CHEIO

O MUNDO ESTÁ MEIO

O MUNDO ESTÁ FEIO

O MUNDO ESTÁ CREIO

O MUNDO ESTÁ CHEIO

DE ROSAS DANINHAS...

Breve Semântica do Talvez

Flocos de neve tornando-se sorvete de flocos

Desejos antigos que não poderão ser saciados...


De vez em quando dispenso a rima

Como é dispensada

Uma casca de ferida que já secou...


A modernidade com seu ar contumaz e vintage

Os dedos doem de tanto que nós teclamos...


Quase que nunca me atiro ao mar

Pela circunstância

Desta minha cela sem ter uma porta...


Faz tempo que tenho medo de certas perguntas

Assim como a alta velocidade de toda lentidão...


Tem uma feira quase livre no meu bairro

Prova mais do que cabal

Que o mundo é um moinho que quebrou...


Umas guerras particulares ocorrem todos os dias

Com projéteis mais invisíveis mas que são letais...


Sou um saltimbanco sem ter algum atrapalho

Pelo mais simples dos fatos

De que quando isso aconteceu estava dormindo...


Faço uma homenagem para todos os fracassos

Que usaram o seu disfarce de singela vitória...


Minha natureza é o maior desses meus castigos

Assim como os meus vícios

Mesmo se estiverem carregados de pura inocence...


Toda palavra é mais uma cópia de uma rotina

Que morreu antes mesmo de ter nascido...

Minimalismos 6 (Algumas Aldravias)

 


Somos

Campeões

Da

Idiotice

Somos

Humanos


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Toda

Comédia

É

Uma

Tragédia

Disfarçada


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Eis

Porque

Peixes

Mortos

São

Peixes


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Acabo

Me

Enrolando

Com

Tanta

Simplicidade


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Todo

Criador

É

Um

Viciado

Criando


segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Minimalismos 5 (Algumas Aldravias)

Ficou

Muito

Louco

Ontem

Maldito

Corote 


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A

Mente

Capta

A

Mente

Mente


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Melhor

Lembrar

Que 

Esquecer

De

Vez


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Na

Hora

Do

Noticiário

Pinga

Sangue


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O

Diskman

Não

Disca

Mais

Man

domingo, 28 de dezembro de 2025

Minimalismos 4 (Algumas Aldravias)

 



Passando

Fome

Vivendo

A

Morte

Merda


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Mente

O

Feliz

Mente

O

Contente


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A

Brasa

Apaga

A

Ilusão

Cega


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Não

Valho

Porra

Nenhuma

Nem

Você


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Meu

Fetiche

É

Um

Bom

Sanduíche

                                                                                           

 

sábado, 27 de dezembro de 2025

Tá Na Moda!

Tá na moda!

Tá no espaço!

Fazer quase tudo

Faltando um pedaço...


Tá na moda!

Tá no esquema!

Fazer de bobagens

O mais belo poema...


Tá na moda!

Tá no dia!

Ser um solidário

Como total apatia...


Tá na moda!

Tá na rede!

Passar tanta fome

Pra não passar sede...


Tá na moda!

Tá na notícia!

Pra ser idiota

Precisa ter perícia...


Tá na moda!

Tá na bula!

Se ficar inteligente

Vira uma mula...


Tá na moda!

Tá no riscado!

Quanto mais correndo

É que fica parado...


Tá na moda!

Tá na mídia!

O que vale é a fama

O resto é perfídia...


Tá na moda!

Tá no trato!

Tudo se acaba

Menos o retrato...


Tá na moda!

Tá na arte!

Viver fazendo merda

Agora faz parte...


Tá na moda!

Tá no rabo!

Se amanhã vou morrer

Hoje eu me acabo...


Tá na moda!

Tá no top!

É a lenda urbana

Do novo astro pop...


Tá na moda!

Tá no espaço!

Fazer só sucesso

Mesmo sendo fracasso...


(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Alguns Poemetos Sem Nome N° 365 *

Não me culpem, Uma série de fatores acabou contribuindo Para que eu fosse infeliz Como todo ser vivente é, Variando apenas a frequência e a ...