segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Minimalismos 5 (Algumas Aldravias)

Ficou

Muito

Louco

Ontem

Maldito

Corote 


...................................................................................


A

Mente

Capta

A

Mente

Mente


...................................................................................


Melhor

Lembrar

Que 

Esquecer

De

Vez


...................................................................................


Na

Hora

Do

Noticiário

Pinga

Sangue


...................................................................................


O

Diskman

Não

Disca

Mais

Man

domingo, 28 de dezembro de 2025

Minimalismos 4 (Algumas Aldravias)

 



Passando

Fome

Vivendo

A

Morte

Merda


...................................................................................


Mente

O

Feliz

Mente

O

Contente


...................................................................................


A

Brasa

Apaga

A

Ilusão

Cega


...................................................................................


Não

Valho

Porra

Nenhuma

Nem

Você


...................................................................................


Meu

Fetiche

É

Um

Bom

Sanduíche

                                                                                           

 

sábado, 27 de dezembro de 2025

Tá Na Moda!

Tá na moda!

Tá no espaço!

Fazer quase tudo

Faltando um pedaço...


Tá na moda!

Tá no esquema!

Fazer de bobagens

O mais belo poema...


Tá na moda!

Tá no dia!

Ser um solidário

Como total apatia...


Tá na moda!

Tá na rede!

Passar tanta fome

Pra não passar sede...


Tá na moda!

Tá na notícia!

Pra ser idiota

Precisa ter perícia...


Tá na moda!

Tá na bula!

Se ficar inteligente

Vira uma mula...


Tá na moda!

Tá no riscado!

Quanto mais correndo

É que fica parado...


Tá na moda!

Tá na mídia!

O que vale é a fama

O resto é perfídia...


Tá na moda!

Tá no trato!

Tudo se acaba

Menos o retrato...


Tá na moda!

Tá na arte!

Viver fazendo merda

Agora faz parte...


Tá na moda!

Tá no rabo!

Se amanhã vou morrer

Hoje eu me acabo...


Tá na moda!

Tá no top!

É a lenda urbana

Do novo astro pop...


Tá na moda!

Tá no espaço!

Fazer só sucesso

Mesmo sendo fracasso...


(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Instantâneos Voadores

Antes eles eram assim - instantâneos pela ocasião

Depois vinha aquele tempo que nunca se sabia

Era tipo uma surpresa que se podia ser boa ou má...


Agora e para sempre - filhos desta nossa banalidade

De querermos capturar aquilo que certamente vai

A piada de ontem virou o desgosto que manda agora...


O que sempre vamos ter - um gosto de metal sutil

Um veneno mais dançarino entre todos os viventes

Que nada  percebem com olhos abertos ou fechados...


Como mosquitos pelo quarto - ataque aéreo fulminante

Ou cadáveres perdidos numa gaveta sem ter itinerário

Agora também indicam os traços da velhice iminente...


Outros arremedos agora existem - apenas aparições

Que mal serão lembradas se a máquina estragar

E então nada mais será sobrevivência em nós mesmos...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Pois O Diabo Tocou Pandeiro e Eu Dancei

Plantei um canteiro de margaridas adestradas

Que elas gritassem na presença de algum invasor

Esse jardim é meu e de mais ninguém...


Escutei todos os silêncios que eram possíveis

Dentro da noite mais escura que pode existir em mim

Feita de pedaços de fome e de sede também...


A minha dança era desesperada como qualquer uma

Parecendo uma poesia sem graça de um analfabeto

Que cismou em ser poeta na falta de algo...


Um som vem da minha rua mesmo que não o queira

Isso me lembra de todas as dores que passamos

Sobretudo todas aquelas que não queremos...


Estive alguns centímetros de beira de um abismo

Mas decidi que não era a hora de querer poder voar

Não podemos decidir isto ou aquilo...


Há peixes morrendo afogados no meu velho aquário

Porque o tempo tem essas mais estranhas manias

Faltam botes salva-vidas nesse nosso Titanic...

Primeiro Natal Sem Carne Loura (Miniconto)

Esse natal vai ser bem triste, vai não, está sendo. Não que seja uma data que eu comemore. É uma data comum, onde os homens falam de coisas que nunca farão. É essa uma verdade difícil de engolir, mas necessária. Tudo que está em torno, seja o que for, o ser humano dá um jeito de matar, magoar ou destruir, independente do tamanho que seja. Tomara então que seu Cláudio tenha ido pra casa de Joyce, ele com os meninos que de vez em quando somem e vivem aprontando, mas a Mylena e o Cocada. Esse vai ser o primeiro natal sem Kamily, nunca passamos um natal juntos, mas creio que ela gostava. O primeiro entre muitos que o Pietro não pode nem pensar que a maluquinha da mãe apareça de repente. Seu corpo deve estar lá no mesmo lugar, numa gaveta do Cemitério de Santa Cruz. Hoje não tem mais nada pra ela, nem um pedacinho de carne loura que ela tanto gostou um dia...

Sem Mais Notícias da Capital

Nós fizemos amor de pé, sobre um chão de pedras

Em frente à praia que não enchia de modo algum

E isso sob um sol escaldante de puro improviso...


Depois disso, nada mais...


Dividimos muitas tardes alegres, cheias de tristeza

Em que não rolou nem aquele beijo improvisado

Mas brincamos muito com a fumaça que ia fugindo...


Mas eu me acabei, perdendo você...


Em quatro letras numa exposição total, no banheiro

O mais corpo dos corpos quase a total imortalidade

Sem um selo sequer só depois vindo no meu portão...


Nenhuma violência vale alguma coisa...


Tempos mais idos de uma escuridão mais canalha

Em que a pobreza era uma escola e também ofício

Mesmo trazendo saudades como certos incômodos...


Estou perdido em meu próprio quintal...


Não existe mais nenhuma data que comemoremos

As promoções foram feitas para somente enganar

A única notícia que temos é que não há mais notícias...


(Extraído da obra "Pane na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida)

Minimalismos 5 (Algumas Aldravias)

Ficou Muito Louco Ontem Maldito Corote  ................................................................................... A Me...