terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Moscas Mortas Num Jarro

Que ao menos sobrevivamos

Com Dantes e sem infernos...

Água que nos queima sempre

Até onde nós estaremos?

Picardia certeira feito sopro

Eu ainda sei alguma coisa?


O rosa de sua lingerie

Me faz divagar até acordado...

A maldição está lançada

Feito uma pipa na água?

Nossas poucas moedas

Conseguirão comprar Judas?


A musa tem os dentes cariados

E várias cicatrizes pelo corpo...

Aprenderei a falar patulês

Antes dessa novela de risos?

A perfeição é um pitbull gago

Que sonha em roer as janelas?


Minhas vertigens têm horário

E neles há chás com biscoitos...

O faraó agora decidiu somente

Que irá colecionar formigas?

Minha depressão dança polca

Enquanto colhe uvas em roseiras?


O moderno monstro do pântano

Planta couves em apartamentos...

Saberemos cumprir a tradição

Da vulgaridade mais moderna?

Ainda somos uns seres humanos

Ou moscas mortas num jarro?...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida). 

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