segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 330

Talvez um sono, apenas isso. E nosso medo talvez passe. Frio ou calor, apenas ilusão, nada mais. O que eu queria, agora não quero mais. Toda vontade acaba se cansando. Os sonhos vão dormir. Apenas os nomes permanecem, até que alguém também esqueça...


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Novelas, senhor, novelas. O destino acaba escrevendo de uma em uma. Todas diferentes, mas todas tão iguais. Fantasias, senhor, fantasias. Um carnaval por ano, depois cinzas. Tudo voltará ao que foi antes. Os apitos das fábricas, as buzinas dos carros e a nossa impaciência cotidiana. Novelas, senhor, novelas...


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Os sonetos que vô fazia, nunca poderei lê-los, Perderam-se no tempo que nem frases de amor em cascas de árvores. As árvores caíram, foram para o fogo. Os sonetos que vô fazia e vó chorava quando ele lia. O amor de tantos filhos que vieram ao mundo e foram embora há mais de século, só sobrando o DNA...


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Bonecos é o que somos. Não há como negá-lo. Os bonecos que morrem esperando em filas intermináveis... Os bonecos que envelhecem nas fábricas ganhando bem menos do que merecem... Os bonecos que sofrem de amores ingratos que partem sem despedida... Os bonecos que aplaudem as mentiras de outros bonecos mais poderosos... Bonecos é o que somos. Não há como negá-lo. Bonecos?...


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Em um relógio cego guardei minhas mágoas. Em paradoxos duvidosos perguntei até não poder mais. Em uma esquizofrenia dançante fiz meu carnaval naquela praça. Era um verão com cara de inverno e com muitas maquiagens borradas e baratas. Em um grito só acordei o mundo de suas tolices. Fiz caretas diante do espelho até que ele não suportasse e gargalhasse como um menino...


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A boca mente, as mãos, nunca... Os olhos possuem alma, os pés, teimosia... Eu sou aquele que caiu da escada com pressa do filme no domingo de tarde, o cinema nem existe mais... Trança de cabelos de Dalila ao vento... Palavras sepultadas além de sete palmos... Inúmeras onda que nem soube contar... A magia do mago era de coisas bem simples...


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Sem começo, sem final... O começo foi continuação do final anterior. O final será mais um começo que recomeçará. O meio caminho para o céu, céu já é. As chuvas são o choro as nuvens e para elas cabe nossa despedida. Somente aquilo que quis é que não tive. Meu discurso foi interrompido inumeráveis vezes pelo meu próprio riso. Deixem-me voar, mesmo sem ter asas, eu ainda o mereço. Todos os meus segredos são conhecidos desde o começo. Sem começo, sem final...

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