Escolhemos sempre o lado ruim...
Jogamos fora nosso escasso tempo...
Dançamos pra chuva dentro d'água...
Borboletas ápteras...
Só rezamos da forma mais profana...
Pintamos de cinza todas as cores azuis...
Há carnavais em todos os nossos lutos...
Café frio e amargoso...
Nossa cegueira agora tem nome...
Deitamos sempre na areia movediça...
Só contamos mentiras para o espelho...
Pombos de rapina...
Pérolas para o almoço dos porcos...
O estômago vazio nos faz companhia...
A falta de razão agora que tem razão...
Enigmas esvaziados...
Cem andares debaixo do chão...
Mistérios sem sentido algum...
Todo final se torna um começo...
Pedras mais macias...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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