Preso entre águas, preso,
o pobre guarda-chuva insuficiente
para todo o meu frio...
Amargo, muito amargo,
não há tanto açúcar
que adoce meus lamentos...
Sombrio, mais que noite,
a escuridão me segue
para onde quer que eu vá...
Acabado, pobre de mim,
cheguei na festa com o atraso
do folião que estava bêbedo...
Inútil, sempre inútil,
como a folha amarelada
que caiu de sua árvore...
Pequeno, o menor de muitos,
talvez um inseto esmagado
pelo transeunte distraído...
Perplexo, totalmente tonto,
como quem engoliu o sonho
quem nem aguardente vagabunda...
Maldito, demônio arrependido,
mas agora já é muito tarde
para não te amar mais...
Espelho, empoeirado, quebrado,
jogado num canto qualquer
da velha sala abandonada...
Fantasma, quase assombração,
morrer é tarefa fácil,
viver morto também...
Preso entre águas, preso,
mergulhado no caudaloso rio
que nem vai ao mar...
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