Espero que a esfera
gire mais um pouco
Que os dias me batam menos
e que o sangue continue
correndo nas veias
sem cair no chão
Espero novos tempo
em que a minha poesia
chore menos
pois hoje é uma carpideira
e bem paga,,,
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Silêncio no barulho
desamor no amor
Eu choro pelas contradições
que assim existem
mas continuo andando
É a malvada roda do tempo
redemoinho na beira-mar
que nos leva
de qualquer forma
Nunca saberemos novas respostas
para velhas questões...
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feito uma barata
esmagada pelo pé do acaso
eu tentei ir pelos cantos
mas a imprudência é humana
mesmo quando não achamos
preso feito um rato
tento manter silêncio
sobre os meus sonhos
mas eles acabam gritando
e chamam a atenção do gato
todo poema é mais um lamento
feito uma barata
(e dessa vez sem nem Kafka)...
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É frio! É frio!
Gritava o menino
esquecido entre os escombros
da velha cidade bombardeada...
É quente! É quente!
Gritava a jovem prostituta
na sua aula diária
de viver apenas desamor...
É morno! É morno!
Gritava o soldado
após matar seu inimigo
que era igual a ele...
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Eu tento e sempre
fazer coisas banais em sonhos
palavras comuns em versos
alguns sóis em explosões artísticas
mas não consigo...
A tristeza sabe desmanchar
quaisquer cores existentes...
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Tudo está parado
Mesmo em movimento
Todo átomo está fadado
A morrer num momento
Tudo para e para
Em volta e em mim
E até a lembrança mais cara
Também chega ao fim...
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Travesso o menino
que nos apronta sempre
que afugenta os passarinhos
sem usar atiradeira
que apaga nossos desenhos
que fizemos no chão
que faz que esqueçamos
as notas de cada canção
que ri quando choramos
mas acaba chorando junto
Travesso menino
esse tal de destino...
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