Flores indeterminadas assim
O começo? Mais um fim...
Numa lógica trocada
Dia de muito véspera de nada...
Eu cá brinco com antagonismos
Nos mais arriscados malabarismos...
Tantas sílabas não conto
E tudo termina com um ponto.
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Quase mil anos
O relógio penosamente tiquetaqueteia
Como o animal segue na estrada
Com seu peso nas costas
Vamos dançar nesse cordão de desvalidos
Em que o desvario vale algum esforço
Quase mil anos
O menino espera ansiosamente
O brinquedo prometido...
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Cada retângulo nessa parede
Significa algo ou simplesmente nada
Risos dementes enchem meus ouvidos
E enigmas simples me fazem chorar
Não posso dormir um minuto sequer
Conheço cada centímetro de minha pele
Mas desconheço minha própria alma
Um disparato à mais ou à menos
Não tem tanta importância assim
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Desconheço abismos
O frio a dor e a fome
São apenas detalhes
Não me matarei
Ainda quero desamores
Que sejam novidades
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A fumaça teima em subir
Para onde irá?
Faltaram curiosos
Para tal empenho
O tempo teima em correr
Para onde irá?
Para infinitos abismos
De um constante continuar...
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Cada poema parece bicho ou coisa
Tem uma história de dor ou não
Cada palavra parece cor ou som
Tem seu jeito de ir e vir
Cada sílaba parece símbolo ou sinal
Tem gosto amargo ou doce...
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Edição limitada
Diz o rótulo do produto
Como reza ou praga
Ou como os dois
Qualidades mirabolantes
Vindas do nada
De qualquer capital
Há um sarcasmo
No barulho das moedas
Edição limitada
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Longe demais é logo ali
Abismos e montanhas se alternam
Milhares de águas por aí
E eu ainda procuro meus passos
Meu desatino me acompanha
E tem preguiça de me dar adeus
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