quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome N° 112

 

Flores indeterminadas assim

O começo? Mais um fim...

Numa lógica trocada

Dia de muito véspera de nada...

Eu cá brinco com antagonismos

Nos mais arriscados malabarismos...

Tantas sílabas não conto

E tudo termina com um ponto.


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Quase mil anos

O relógio penosamente tiquetaqueteia 

Como o animal segue na estrada

Com seu peso nas costas

Vamos dançar nesse cordão de desvalidos

Em que o desvario vale algum esforço

Quase mil anos

O menino espera ansiosamente

O brinquedo prometido...


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Cada retângulo nessa parede

Significa algo ou simplesmente nada

Risos dementes enchem meus ouvidos

E enigmas simples me fazem chorar

Não posso dormir um minuto sequer

Conheço cada centímetro de minha pele

Mas desconheço minha própria alma

Um disparato à mais ou à menos

Não tem tanta importância assim


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Desconheço abismos

O frio a dor e a fome

São apenas detalhes

Não me matarei

Ainda quero desamores

Que sejam novidades


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A fumaça teima em subir

Para onde irá?

Faltaram curiosos

Para tal empenho

O tempo teima em correr

Para onde irá?

Para infinitos abismos

De um constante continuar...


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Cada poema parece bicho ou coisa

Tem uma história de dor ou não

Cada palavra parece cor ou som

Tem seu jeito de ir e vir

Cada sílaba parece símbolo ou sinal

Tem gosto amargo ou doce...


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Edição limitada

Diz o rótulo do produto

Como reza ou praga

Ou como os dois

Qualidades mirabolantes

Vindas do nada

De qualquer capital

Há um sarcasmo 

No barulho das moedas

Edição limitada


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Longe demais é logo ali

Abismos e montanhas se alternam

Milhares de águas por aí

E eu ainda procuro meus passos

Meu desatino me acompanha

E tem preguiça de me dar adeus


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