segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Luz Que Se Apaga

Bailado bonito de vela que se apaga

Fogueira em seu último suspiro

A fumaça acabou subindo...

Um pirilampo foge na madrugada

Sem saber aonde vai

Como meus sonhos também foram...

Bailarina triste que acabou a dança

As cortinas desceram

E ela se pôs a chorar...

Palavras que tentaram fazer até rir

Mas enquanto existem guerras

O único riso é o da maldade...

As ruas estão cheias de pedintes

Mas até nos castelos

Acabam parando algumas respirações...

O coveiro faz suas diárias tarefas

Enquanto a terra abre sua boca

Para engolir mais um bocado...

Tento esquecer algum pesadelo

Mas as feridas que não tive

Acabam me doendo bem mais...

Faço versos como a velha cigana

Que prevê dias mais aziagos

E acaba tendo que mentir um pouco...

Arrumo minhas velhas roupas

E no espelho sujo e quebrado

Tento disfarçar antigas mágoas...

O sangue corre cansado nas veias

Como o atleta que mesmo cansado

Tenta chegar ao final ainda perdendo...

Eu sou aquele que acaba incomodando

O velho espinho que entrou no pé

E se acostumou não querendo sair mais...

A velha canção que teima e teima

De ecoar pelos ouvidos já surdos

Como um fantasma feito de lençol...

Suspiro da borboleta que cai do alto

Suas asas de nada mais servem

Talvez apenas um túmulo colorido...

Um bacurau canta na madrugada

E não há mais menino para assustar

E nem pequena casa para sobrevoar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...