domingo, 20 de maio de 2012

Traços Indeléveis


Big bang. Bang bang. Sol e sangue. Mar e mangue. E todos que juntas ficam, mesmo quando separadas. Quem destas linhas ler e sofrer e sonhar e chorar há de um dia compreender. Os sublimes gostos que foram embora, que saíram da porta pra fora. E ainda assim continuam, fantasmas vivos de um inexplicável enredo. A casa vazia. A mesa fria. A alma vadia. E quem diria? Nada nos ataca mais que a própria ausência. Nada nos incomoda mais que o espinho que viveu na carne e agora a deixou. Somos a dor em si mesmo, a incompreensão máxima de um enigma forçado em se esconder sob o sol. Eis o culpado. Eis o errado. Eis o manchado. Imaculavelmente branco e sem pecado algum. Porque os pecados são bombas que nasceram sem saber onde cairiam. Nossos pecados, sempre nossos, mesmo quando alguém nos chama para esta festa. O tempo passa. Cheio de fumaça. Quem perdeu a graça. Não há de achá-la em canto algum, mas o riso se atrasará de sair da boca. E nossa sentença será lida sem problema algum. Não há mais desculpa. Sem medo ou culpa. Pedras na catapulta. Foram lançadas na nossa fortaleza, frágil, indefesa, ao mesmo tempo fera e presa. Big bang. Bang bang. Sol e sangue. Mar e mangue. Indelevelmente gravados onde eu não sei...

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