domingo, 19 de setembro de 2010

O Velho e o Novo


Viva o velho!
Viva o novo!
O espelho em que me espelho
E a alegria do povo!

Viva o velho!
Viva o novo!
O enigma do escaravelho
Perfeito plano e o estorvo!

Por mais que tenhamos saudade, por mais que choremos em nosso silêncio. Mentimos descaradamente sobre o tudo aquilo que queremos. Não queremos nada. E a nossa rotina é fugir da rotina enquanto aquilo tudo que um dia nos agoniou, hoje é o velho e rimos em sua cara.
Os brinquedos eram nosso sonho, mas hoje não brincamos mais. Os desejos nos consumiam, mas o tesão acabou. Beijos que pedimos, são hoje a repulsa de velhas fotos esmaecidas pelo tempo.



Viva o velho!
Viva o novo!
É feito um novo evangelho
Em cada gole que eu sorvo!

Viva o velho!
Viva o novo!
Eu não consulto mais o Aurélio
Sobre a galinha e o ovo!

Por mais que eu diga que volto, não há lugar pra voltar. O tempo bebeu e caiu, não quer mais levantar. Comodamente enquanto nos incomoda, pára e nós é que giramos em volta.
Procure. Veja. O ridículo corrói mais que a traça, come mais que a ferrugem. Venta, chove, neva, queima e que todos os verbos sejam insuficientes para o poder descrever. Indescritível sonhar com tudo, até que Caetano Veloso veio cantar só pra mim.

Viva o velho!
Viva o novo!
O espelho em que me espelho
É a tristeza do povo!


Viva o velho!
Viva o novo!
A nova moda é o evangelho
E o velho modo é o povo!

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