Eu não sei tudo. Mas entendo tudo. Não tudo que se deveria entender. Mas tudo que é preciso para sofrer e sonhar. Não sei a idade das pedras. Mas sei conversar com elas sobre os assuntos mais triviais. E tem mais. Entendo como elas são tanto ou até mais delicadas que as flores. E como tem as suas verdadeiras cores.
Eu não sei tudo. Mas entendo tudo. As tintas que você mexe, nunca mexi jamais. Mas quando pintas aí eu sei teus sentimentos mais banais. E se suspira além da tarde, como uma sombra covarde, para que não lhe incomode, sei por que suspirou. O seu suspiro foi pequeno, mas eu escutei. E talvez não ame mais que eu amei.
Eu não sei tudo. Não sei o que é ser bonito, eu nunca fui. Não sei o que é ser feliz, eu nunca pude. Não sei o que é andar terras, eu nunca quis. Mas entendo tudo. Entendo a sua beleza, ela salta aos olhos. Entendo os seus anseios, a felicidade faz parte do seu ser. Entendo vontade de aprender em outros tons.
Eu não sei tudo. Mas talvez saiba um pouco de você.
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