Nos jornais eu penso eu choro e eu me deito
Eu sinto que não somos mais apenas normais
Que já perdemos a esperança de ter um jeito
Quando os choros são agora todos eles gerais
Nos jornais eu quero eu sonho e me engano
Eu me engano querendo ter sempre o mais
Porque queria não ser mais apenas humano
Com a saudade que já se perdeu pelos quintais
Nos jornais eu peço eu imploro e também rezo
Que passem logo todos estes meus temporais
E estas lágrimas vulgares aos quais desprezo
Pra começar de uma vez logo esses festivais
Nos jornais eu vejo coisas e também nada vejo
Com uma clareza muito clara que é clara demais
A minha sorte não veio no periquito do realejo
Veio nas calçadas que haviam muito tempo atrás
Nos jornais eu me confundo traio e me condeno
Eu sou meu carrasco e sou meu próprio capataz
Sou os tiros mesmo me ferem e eu me enveneno
Marchando sob as ordens destes meus generais
Nos jornais eu penso eu choro e eu me deito
Eu sinto que nunca mais seremos mais normais
Que já perdemos a esperança de ter um jeito
Quando os choros são agora todos eles gerais...
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