A alma do poeta
Não tem castelos de sonhos
E nem torres inatingíveis
As lantejoulas e os paetês já caíram da fantasia
Que eu usei no carnaval passado
E carnavais passados fazem chorar...
A alma do poeta
Não tem cores combinadas
E nem paraísos à encontrar
Os pássaros já perderam suas asas
Impossível céu que lá está
Entre nuvens e ventos mais bonitos...
A alma do poeta
Não tem recordações felizes
E nem desejos realizados
Eles foram pedrinhas jogadas num poço
Um poço antigo e muito perigoso
Num tempo que queria mesmo esquecer...
A alma do poeta
Não tem nenhum sono tranquilo
E suas noites são martírios
Entre labirintos sem os cordões salvadores
Que possam lhe guiar até um final feliz
A terra que sempre eu procurei...
A alma do poeta
Não tem todas as luzes ligadas
E nem palmas da platéia
Nada e nem ninguém conhece seu nome
É o mais ilustre dos desconhecidos
E passará pela vida em branco...
A alma do poeta
Tem todas as desilusões possíveis...
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