quinta-feira, 14 de maio de 2015

A Alma do Poeta


A alma do poeta
Não tem castelos de sonhos
E nem torres inatingíveis
As lantejoulas e os paetês já caíram da fantasia
Que eu usei no carnaval passado
E carnavais passados fazem chorar...

A alma do poeta

Não tem cores combinadas
E nem paraísos à encontrar
Os pássaros já perderam suas asas
Impossível céu que lá está
Entre nuvens e ventos mais bonitos...

A alma do poeta

Não tem recordações felizes
E nem desejos realizados
Eles foram pedrinhas jogadas num poço
Um poço antigo e muito perigoso
Num tempo que queria mesmo esquecer...

A alma do poeta

Não tem nenhum sono tranquilo
E suas noites são martírios
Entre labirintos sem os cordões salvadores
Que possam lhe guiar até um final feliz
A terra que sempre eu procurei...

A alma do poeta

Não tem todas as luzes ligadas
E nem palmas da platéia
Nada e nem ninguém conhece seu nome
É o mais ilustre dos desconhecidos
E passará pela vida em branco...

A alma do poeta

Tem todas as desilusões possíveis...

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