Caiu o teto
não há mais afeto
só há apatia
morreu empatia
As dores ficam
Os passarinhos bicam
na sua cacofonia
Morreu o dia...
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Tudo inventado, quase tudo pelo menos, menos a alma, que cambaleia sem lógica até o abismo. Tudo requentado, o dia do prato foi ontem, hoje o gosto nunca será o mesmo. Vamos ao extremo, a sujeira da vida nos parece agradável, mas nunca foi. Todos os defeitos merecem palmas, há uma grande psicologia para os tolos e para os bufões também. Eu espalho milho aos pombos dos meus versos e escolho lugares-comuns sem medo algum de vaias. Caprichem em seus palavrões, pois as palavras já são minhas...
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Vamos tomar um café
esqueçamos a morte por enquanto
toda tristeza acaba se acabando
assim como a alegria e o meio-termo
até os dias quentes acabam possuindo
algum frio entre os seus dedos
Vamos tomar um café
não engulamos o nosso afeto de uma vez
saboreemos a ternura devagarinho
essa acabou de sair do forno
ela é a única tábua que restou
nesse naufrágio chamado vida
Vamos tomar um café...
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Desculpe, não pude resistir, chamei o sonho para podermos caminhar, ele acabou gostando, eu também, agora não vivemos um sem o outro. Desculpe, não consegui evitar, a máscara colou na pele do meu rosto, seu sorriso, mesmo que patético, continua no mesmo lugar, disfarça todos os meus choros. Desculpe, não quis me esforçar, eu fui um cúmplice do dia, deixei que o sol queimasse minha cara, os desertos agora não me importam, tudo se acaba, até meu medo se acabou...
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Tesouras - soldados no front do velho menino
Folhas em branco - simples campos de batalha
Eu pego os tiros das cores e faço delas um épico
Lindos haicais sem palavra alguma
A Mona Lisa permanece silenciosa por séculos
Mas seus gritos ecoam por milhares de ouvidos...
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Não sabia praticamente nada
Somente os sons da estrada
Um silêncio quase inventado
O vento vem vindo de que lado?
Só queria praticamente tudo
Queria o mais alto grito do mudo
A pintura de quem não enxerga
O grande não de quem não nega
Não sabia retoricamente nada
Os gritos ecoando na madrugada
O profano como quase sagrado
O vento vem vindo de que lado?
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Não tenha dúvida de ter dúvidas, cogito, mesmo aflito. Não esqueça o riso num canto, coisas boas também partem. Beba logo toda água, a evaporação faz parte da trama. Há teias de aranha em todas os nuances. A moda acabou errando de endereço. O menino repetiu o refrigerante, isso foi perdido entre muitos e muitos novelos.
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