quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 119

 

Caiu o teto

não há mais afeto

só há apatia

morreu empatia

As dores ficam

Os passarinhos bicam

na sua cacofonia

Morreu o dia...


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Tudo inventado, quase tudo pelo menos, menos a alma, que cambaleia sem lógica até o abismo. Tudo requentado, o dia do prato foi ontem, hoje o gosto nunca será o mesmo. Vamos ao extremo, a sujeira da vida nos parece agradável, mas nunca foi. Todos os defeitos merecem palmas, há uma grande psicologia para os tolos e para os bufões também. Eu espalho milho aos pombos dos meus versos e escolho lugares-comuns sem medo algum de vaias. Caprichem em seus palavrões, pois as palavras já são minhas...


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Vamos tomar um café

esqueçamos a morte por enquanto

toda tristeza acaba se acabando

assim como a alegria e o meio-termo

até os dias quentes acabam possuindo

algum frio entre os seus dedos

Vamos tomar um café

não engulamos o nosso afeto de uma vez

saboreemos a ternura devagarinho

essa acabou de sair do forno

ela é a única tábua que restou

nesse naufrágio chamado vida

Vamos tomar um café...


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Desculpe, não pude resistir, chamei o sonho para podermos caminhar, ele acabou gostando, eu também, agora não vivemos um sem o outro. Desculpe, não consegui evitar, a máscara colou na pele do meu rosto, seu sorriso, mesmo que patético, continua no mesmo lugar, disfarça todos os meus choros. Desculpe, não quis me esforçar, eu fui um cúmplice do dia, deixei que o sol queimasse minha cara, os desertos agora não me importam, tudo se acaba, até meu medo se acabou...


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Tesouras - soldados no front do velho menino

Folhas em branco - simples campos de batalha

Eu pego os tiros das cores e faço delas um épico

Lindos haicais sem palavra alguma

A Mona Lisa permanece silenciosa por séculos

Mas seus gritos ecoam por milhares de ouvidos...


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Não sabia praticamente nada

Somente os sons da estrada

Um silêncio quase inventado

O vento vem vindo de que lado?


Só queria praticamente tudo

Queria o mais alto grito do mudo

A pintura de quem não enxerga

O grande não de quem não nega 


Não sabia retoricamente nada

Os gritos ecoando na madrugada

O profano como quase sagrado

O vento vem vindo de que lado?


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Não tenha dúvida de ter dúvidas, cogito, mesmo aflito. Não esqueça o riso num canto, coisas boas também partem. Beba logo toda água, a evaporação faz parte da trama. Há teias de aranha em todas os nuances. A moda acabou errando de endereço. O menino repetiu o refrigerante, isso foi perdido entre muitos e muitos novelos.


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