segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A Fuga


Fugir... Fugir... Fugir...
Do que está prestes à cair...
Do prédio que sobe até o céu
Do novo crime novo escarcéu
Da nova moda que te come
Do veneno que vem matar a fome...

Fugir... Fugir... Fugir...

Da nova fera que está por vir...
Da vida que morre aos poucos
Do mundo um asilo de loucos
Da música que fala do que não pensa
Da regra que o crime compensa...

Fugir... Fugir.. Fugir...

Dos desmandos de um grão-vizir...
Do enredo de intermináveis papéis
Das muitas fazendas e seus coronéis
De tudo se afogando num mar de plástico
Do óbvio que vai se tornando fantástico...

Fugir... Fugir... Fugir...

Dos delírios de um falso carnaval
Da jura que usou nossa alma em aval
Da desatino do qual nunca pensamos
Dos erros aos quais nós nunca erramos
De toda moita de toda mata de toda festa
De onde bom é mau e mau que presta...

Fugir... Fugir... Fugir...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...