Nas longas barbas do tempo
vi a areia escorrer da ampulheta
a internet caiu
e os games estão parados...
Pego as tintas que sobraram
de uma noite anterior qualquer
como quem se atrasou para o banquete
e até a música acabou...
Espero a solidão de braços abertos
como um crucificado às avessas
que desconhece até porque veio aqui
mas que tem medo de partir...
Repitam novamente a lição!
Eu não entendi nada
ando até desconhecendo as palavras
do meu idioma nativo...
Agora tanto faz arranha-céus ou montanhas
a imortalidade agarrou-me
pelos meus escassos cabelos
e me fez jurar em seu nome...
Perdi todas as medidas
já que nenhuma delas adiantou
eu sou apenas mais uma sombra
quando muito eu sou...
O mundo lá fora continua o mesmo
com sua graça sem graça
com seus absurdos inquestionáveis
das palavras que eu já esqueci...
Um samba agora dá na mesma
quando o desespero chega
e meus bolsos estão vazios
e alguns chamam isso de normal...
Quando a fatalidade bater na porta
nem Caetano nos salvará
porque rios nunca param
e as luas adoram brincar...
Todo o tema se esgotou
assim como qualquer amor
onde um simples beijo de língua
não passa apenas disso...
Insatisfação garantida
ou sua alma de volta
o inferno já está lotado
e não há mais previsão de obras...
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