Tempestade, bonança...
Tão velho, criança...
E somos os pares nessa dança de São Guido
E como choramos sem sequer um gemido
Nossos passos estão agora paralisados
E velhas fotografias fomos imortalizados
A dança, dança...
Desespero, esperança...
Escapa, alcança...
E vamos festejando essa folia sem carnaval
No caminhão de lixo nossa entrada triunfal
Sobrou o corpo, mas não sobrou nossa alma
Estamos todos feridos, mas sem algum trauma
A dança, dança....
Espinho, lança...
Maternidade, matança...
Vamos sofrendo e só nos salva a nossa poesia
Enquanto escapamos das armadilhas do dia
Pois estamos cegos enquanto vemos tanto
Em cada riso está escondido mais um pranto
A dança, dança...
Pubiano, trança...
Exercita, cansa...
Nesse grande velório feito para nós os vivos
Vamos ganhando os mais estranhos adjetivos
Apenas um amontoado de alguns velhos erros
E acabaram esquecendo de nossos enterros
A dança, a dança...
Desespero, esperança...
Tão velho, criança...
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