fantoches...
aqui estamos outra vez...
escravos submissos da alma ou do corpo...
sempre tanto faz...
presos aos gestos malfeitos
ou às palavras mal pronunciadas
aqui estamos...
perdemos o horário
e as festas se acabaram...
não observamos as nuvens
a chuva caiu malvada
e as fogueiras se apagaram...
mamulengos...
numa grande feira - o mundo...
recontando a mesma história...
cheia de reticências...
nossa velha tecnologia...
os defeitos mais que especiais...
e as lâmpadas que queimam...
nossas regras é não existirem...
todo louco é pouco...
há idiotas discursando...
enquanto as catiras
espantam os insetos...
títeres...
nos limites do ilimitável...
onde iremos parar?...
um questionário sem respostas...
um grande banquete de fome...
grandes e dispensáveis adereços...
apenas isso...
nada mais...
dança de mancos...
olhar o relógio de pulso...
não dá o impulso
para a flecha atirada...
bonequinhos...
o livre-arbítrio acorrentado...
necessidades trágicas...
contra a maré ou não...
apagadas impressões digitais...
enigmáticos epitáfios...
muitos pratos vazios...
e corações cheios
de vazios ainda maiores...
os poetas pedem socorro
querendo tábuas de salvação
neste mar de intranquilidade...
fantoches...
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