domingo, 13 de novembro de 2016

Máscaras, Máscaras!

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Tá tudo bem? Mentira! Tá tudo mal!
Mesmo que amanhã fosse o carnaval!
E que fosse decretado alegria geral!

A nossa máscara já caiu...
Ainda bem que ninguém viu...
Não viu? A puta que pariu!

Tá tudo bem? Mentira! Tá tudo mal!
O corpo manda a alma fica em aval!
Mesmo tendo sol aí vem um temporal!

A nossa vergonha tá descoberta...
Faz frio não temos uma coberta...
Você mira no alvo e não acerta!

Tá tudo bem? Mentira! Tá tudo mal!
Mesmo tendo tudo não tem um bom final!
Atrás de cada parto vem vindo o funeral!

Não entendemos de mais nada...
Cada vida foi uma grande mancada...
Como se fosse uma canoa furada!

Tá tudo bem? Mentira! Tá tudo mal!
Da lama só pode haver um lamaçal!
Já morreram as alegrias do meu quintal!

Alguém já furou a greve...
Esqueça tudo que você deve...
Reclamar ninguém mais se atreve!

Tá tudo bem? Mentira! Tá tudo mal!
Vai tudo melhorar é o escambau!
Deixa pra lá etcetera e tal...

sábado, 12 de novembro de 2016

Insólito Insone

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eu me abriguei em céleres fileiras
e era já noite e nada mais doía
são meus becos e são meus abrigos
onde me refugio até da alegria

a fumaça sobe no meio da noite

aquele meu cigarro já está aceso
é apenas mais um dos pirilampos
que na minha boca ficou preso

é triste não poder pensar ou dormir

aonde foi parar aquele me sono?
só me resta o menor dos consolos
saber que a noite tem mais um dono...

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Teoria do Movimento

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não que esteja tudo parado tudo se move para o descanso e o sono mais que regular de tudo que já morreu... nada que nada que nada meus pensamentos são o cachorro querendo morder a cauda e a serpente já mordendo nada pára que será então? esgotei minhas reservas de sonho querendo ficar acordado mais nada...
não que esteja tudo parado tudo se faz presente até a hora que se ausenta e aí acabou... acabou o fôlego acabaram os passos e a teimosia cadê ela? não se teima mais não se queima mais e das amigas fogueiras só nos restam as cinzas...
não que esteja tudo parado tudo se incomoda com o comichão das poeiras que sobem das ruas e as luzes refletidas de metais e coisas são modernidades que caçamos por entre nossas selvas que se desmancham na próxima chuva que não avisou quando virá mas que virá com certeza...
não que esteja tudo parado tudo grita e no mesmo instante se cala como o menino que parou de correr a brincadeira acabou a bola furou a pipa caiu lá de um alto que não podemos medir e assim são todas as coisas que os velhos livros nos ensinaram antes que se cale cada verso porque os versos se calam mas poetas nunca...
não que esteja tudo parado tudo gira como gira e gira um enorme carrossel e aquela roda gigante que mostrava aquele mar bem escuro à noite em que a minha ânsia do tempo fazia correr os relógios sem correr e cada desejo morava na boca como quem quer mais e mais e mais e mais nunca se sabe ao certo aonde vamos parar....
não que esteja tudo parado os pares rodam numa valsa interminável e ainda há ternura por sob as pedras e delicadas mãos cheias de chãos acariciam os cabelos de antes num afago interminável e como não sorriam das pequenas flores sem nome que teimam de brotar em abandonados quintais que um dia já viram pés sejam eles poucos ou até muitos...
não que esteja tudo parado a minha mente gira e gira e gira caçando alguns versos...

Abápêbêápá

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Era um tempo muito bom
Nem por isso deixava de chorar
E é agora mais um tempo ido
Que não vai poder mais voltar
Bolas e bolas de mais puro vidro
As que eu queria muito ajuntar
É que ninguém me avisou
Que qualquer vidro pode quebrar
E agora estou tão cansado
Quase nem dá pra eu respirar
São histórias feias e bonitas
De tantas não dá pra contar
Roberto meu querido amigo
Deixe tudo por aí e venha cá
Preste atenção neste velho
Em tudo que tenho pra lhe falar
Guardo lembranças no bolso
Não tem mais onde guardar
As minhas gavetas tão cheias
Não sei nem no que vai dar
Era um tempo muito bom
Nem por isso deixava de chorar
E é agora só um tempo perdido
Que eu acho que não vou achar...

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Teoria da Imbecilidade Humana Sob o Ponto de Vista de Outro Imbecil

Que se danem as chuvas! Apenas quero vê-las da janela fechada do meu quarto e olhe lá! Até as cinzas desapareceram... A culpa foi do vento! Deixa eu contar meus dinheirinhos aqui na minha mão ó! Ontem mesmo eu aindei por algumas ruas. Num tour maravilhoso! Sabe tipo aquilo que você sempre viu e nunca viu? Sim, sim e sim. Tava lá o tempo todinho e nunca teve. A velha ficou de cara trancada quando eu dei bom dia...
Que se amolestem os sóis! Cada um diferente na sua igualdeza... Não que eu queira só que acontece mesmo. A pedra vai ter filho. E a puta vai ter flor. A culpa foi do quentado! E do requentado também! Teve uns dias que ainda mui cego. E achava que do sopro saíam os gênios sem nem lâmpada... Nada de mais quando se morre... Mas quando se respira... Fudeu! Tudo murrinha é só contar no relógio...
Ah, tá, vai atrás dessa, meu bom moço! Engula aqui ó! É amarga mais que fel e se chama vida... É marombeira sim senhor! E está agora em todos os camelôs da cidade. Novidade novidadeira. Se não tem a gente inventa. Esquece o cara... Nem a graça da graça vem de graça. Tudo no seu preço tantinho e tanto mais. Eu quero e quero na malvadeza. Tudo queima! Até papel... Tudo ficou chinfrim meu bacano. E as vezes que contei perdi as contas... 
A maré tá alta! A maré já vazou! Tá quase queimando meu bigode! Ai tranqueira da porra... Quando se fala não se fala. E quando se quer já não se quer mais. Eu gostava tanto daquele riso sem às vezes motivo alguns. E aqueles rabiscos guardando tudinho. Era i que era. E meus planos sempre falham...Ah se eu pudesse!... Transformava todas letras e mudava os versos... Não me deixe sem motivo algum. Eu não fiz nada. Nem de bom nem de ruim. Mal acordei e já é tarde...
Não assobie aqui! E nem ali! E nem acolá! E lá sei mais aonde porra! Só sei que a felicidade faz as butucas caírem pelo chão. Tudo tem uma justificativa nessa merda até o injustificável. Porque os pecados são feitos todas as horas e olhas que as horas tentam fugir... Fracassos? O baú tá cheim. E cada momento da história além de errado também é mal contado. Mal amado. Mal cortado. Mal assombrado se quiser. Acredite or not. O dog é hot. E a nossa fama de besteiras é inigualável. Manda que o cara faz. Paga que tudo acontece...
O astrólogo mandou eu me fuder! Vai ele! São os mesmos sentidos azucrinando todo mundo... E no meio da noite todos se alevantam sem o quiser da cabeça. A mesma pontada. O mesmo susto. Só muda o papelzinho do embrulho. Cada cachorro que lamba seu pau. É nós! E não somos ninguém! Fale errado ou certo. Que tenham todos os dentes na boca ou faltem quantos faltar. É nada! Aconteceu virou chacrete! Rebola o rabo pra mim... Mostra que nunca valeu nada mesmo...
Pois é...

domingo, 6 de novembro de 2016

Ainda Ontem Mesmo

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Ainda ontem mesmo...
o menino que não sabia de nada
ria e ria mais e mais ainda
dos encantos que cada canto tinha
e a vida era uma sucessão de sustos
e de maravilhas sem fim...

Ainda ontem mesmo...
haviam histórias comuns mais bonitas
que a moça sonhadora me contava
e ríamos juntos na casa pequena
onde noites intermináveis eram feitas
quase sem luz só a do lampião...

Ainda ontem mesmo...
havia um quadriculado branco-e-azul
que excedia meu corpo e enchia a alma
sofrendo com as maldades mais inocentes
e os corredores outra tranquilos ora não
eram o próprio mundo com suas estradas...

Ainda ontem mesmo...
o seu amor me afogava minha mais bela
e eu não conhecia palavra alguma pra dizer
e eu não conhecia plano algum de poder voar
e aquele gosto bom nunca conheci
e Deus nem piedade teve de meus olhos...

Ainda ontem mesmo...
haviam tantos e mais rostos novos
e eles saíram andando sem rumo certo
e todas as coisas mudaram de tom
e o menos desejado foi que aconteceu
meu Deus! por que tudo é assim?...

Ainda ontem mesmo...
os meus índios faziam a dança da chuva
e os meus olhos tinham mais água que o rio
e no mar navegavam meus últimos sonhos
esqueci todas as minhas estatísticas vãs
e é o destino que agora dá as cartas...

Não Há Cor

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Não há mais cor nas calçadas
Nas paredes velhas e descascadas
Nem há cor num passado escondido
No pobre que não deveria ter nascido
Não há mais cor na desesperança
Na corrida inútil que só nos cansa
Nem nas piadas que se faz sem graça
Nem na tontura salvadora da cachaça
Não há mais cor na roupa que desbotou
Nos caminhos que nem sei por onde vou
Era apenas um carnaval que não ocorreu
Uma festa que ninguém foi e fui só eu
Não há mais cor na minha aquarela
Nas flechas de luz que vêm na janela
Nem em todo o esforço que ainda faço
E tudo se descolore em meio ao cansaço
Não há mais cor naqueles olhos bonitos
Nas esperanças que enganam os aflitos
Na canção de guerra que tentaram cantar
Nas nuvens serenas que enchiam o ar
Não há mais cor não há mais cor
Nem ainda é vermelho o meu amor...

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...