Doce nada que se esconde atrás da brisa
Doce fim que se esconde atrás do sonho
Levei anos te buscando em qualquer rua
Foram essas que acho agora tão comuns
São ruas como quaisquer outras lá e cá
Mas que persistem não perder o seu encanto
Olho como olhos de quem breve partirá
Ou ainda quem sabe chorará quem partiu
Nunca se sabe nada além de sua tristeza
Antes que a chuva caia em todos as gotas
Antes que a noite engula todas as notas
E eu continue sozinho como sempre fui
Só me restará saldar os quatro guerreiros
Só poderei vestir ainda a velha camisa
E me sentir ainda vivo se der por um pouco
Desconheço onde estão todas as chaves
Não quero mais olhar atrás das portas
Eu agora sou todas elas por mim mesmo
O que agora ninguém sabe ou saberá
É uma evidência que grita perto ao abismo
E perdeu todos os medos em furados bolsos
Um coração mau ainda tenta ser bom
Olhos cansados ainda por si testemunham
Não mais azuis e quase mortos agora
Todos as pirâmides ainda estão lá
Todos as decisões se arrependeram por si
E acabaram os doces que estavam na calçada
É um barulho de luzes que se perpetua
E a carne treme em divino solavanco
Como nunca antes foi mesmo mais firme
Deixe que a luz passe por entre frestas
Deixe que o vento seque teus cabelos
Esperando sem esperar qualquer hora...
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