domingo, 29 de maio de 2016

Cuidado...


Cuidado...
As estrelas poderão despencar lá do alto
Se você fizer muito esforço para alcançá-las
Nem tudo sempre é sonho...

Cuidado...

O excesso de amores mais impossíveis
Podem fazer de seu coração apenas um músculo
E os músculos às vezes param...

Cuidado...

Muitas cores podem lhe cegar na surpresa
De que nem tudo que se repete é ruim
E nem sempre o que parece chato é...

Cuidado...

Não busque a perfeição em meio aos homens
Nossas opiniões muitas vezes cambaleiam
E nunca se sabe em que lado se está...

Cuidado...

Nem sempre palavras bonitas fecham feridas
E nem sempre gritos matam o silêncio
É apenas um golpe de vista todos os erros...

Cuidado...

É ruim quando a comida falta na mesa
Ou alegria falta pra clarear o dia
Mas faltar a alma é o que acaba com tudo...

Cuidado...

O doce pode se tornar o mais amargo
E a embriaguez pode ser apenas loucura
E o nosso carnaval um desfile de carpideiras...

Cuidado... Amigo... Cuidado...

Eu lhe quero tão bem...

terça-feira, 24 de maio de 2016

Eu Não Me Conheço


Nem eu mesmo me conheço!
E quanto mais subo, desço!

E quanto mais coisas vou descobrindo

A minha febre também vai subindo
E às vezes nem consigo mais caminhar
Quem é esse? Sou eu? Este aqui é meu lar?

Nem eu mesmo me conheço!

E quanto mais menor, cresço!

E quando consigo viver mais um dia

Acabo desconhecendo qualquer filosofia
Porque viver quase sempre é só respirar
Quem é esse? Sou eu? Este aqui é meu lar?

Nem eu mesmo me conheço!

E quanto mais sei, desconheço!

E vou escutando mais e mais histórias

E vão se dispersando minhas memórias
Tenho meus dedos e não consigo contar
Quem é esse? Sou eu? Este aqui é meu lar?

Nem eu mesmo me conheço!

E quanto mais detesto, tenho apreço!

E vou me tornando o próprio antagonismo,

Bem e mal quase caindo no mesmo abismo,
Não há mais nada, apenas hei de esperar
Quem é esse? Sou eu? Este aqui é meu lar?

Nem eu mesmo me conheço!

E quanto mais me lembro, me esqueço...

Estrelas, Estrelas

Estrelas...
Pedaços de luz presos no céu,
Tantos que não dão pra contar,
Guias de todos os navegantes,
Enfeites para nosso alto-mar...

Estrelas...
Enfeites de esquecidos jardins,
Mesmo lá a beleza vai continuar,
Enfeitam vivos, enfeitam mortos,
Tudo que se pode enfeitar...

Estrelas...
Estranhas tochas acesas na noite,
Em volta mariposas tristes à voar,
São alguns dos milhares de postes,
Aqueles que eu não posso olhar...

Estrelas...
Olhos lindos de muitas pessoas,
Que talvez nunca vá mais achar,
São aquelas que nunca me amaram,
Mas que eu sempre hei de amar...

Estrelas... Estrelas... Todas elas...
Onde estarão agora?...

domingo, 22 de maio de 2016

Modus Insanus


Tou morando num jardim de delícia
Bandido ladrão político traficante polícia
Incerteza é o prato que está na mesa
Cada hora é uma desagradável surpresa

Tou vivendo no grande país do futuro

Leio todos os dias todos os jornais
Mas ainda não aprendi além do muro
Só passeio pelos nossos belos quintais

Tou escondendo meu corpo da bala

Não conheço o sofrimento do alheio
Tudo é silêncio na rua tudo nada se fala
Temos medo do ridículo e do feio

Tou lambendo algumas botas por aí

Pra ver se ganho mais alguns trocados
Não existem mais um abismo pra cair
Estamos todos certos e todos errados

Tou me virando como ainda posso

Sobrevivendo como posso e ainda devo
Já me falaram que isso aqui é nosso
Mas nem tocar eu assim me atrevo

Tou morando num jardim de delícia

Bandido ladrão político traficante polícia
Incerteza é o prato que está na mesa
Cada hora é uma desagradável surpresa...

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Nova Necróple


E matarangos dormiam em seus novelos
Duma noite toda estrelada só de espelhos
Quem são os padres que não escutam apelos?
O tempo passa e vão nascendo pentelhos...

E os alfarrábios fugiam de lábios molhados

Em um beijo em série que por aí preso ainda vive
Os chãos tão cheios de gordos sóis desenhados
E o tesão nos seios que afinal eu nunca tive

Um coração em falta cada vez mais faz falta

E guardanapos são mais bandeirinhas desfraldadas
E ser humano é o novo tema levando em pauta
Uma salva de palmas para as bundas desnudadas!

Uma salva de palmas para todos os que bebem

Os momentos mais lindos da luz dum novo dia
Os que incorporam os deuses são os que recebem
As boas novas cheias de qualquer uma alegria!

E os intermináveis bordados femininamente tecidos

Desejos e desejos e ainda mais outros tantos desejos
Em suas caixas de Pandora muito bem escondidos
Em forma de salamaleques e de angélicos beijos

E matarangos dormiam em seus novelos

Duma noite toda estrelada só de espelhos
Quem são os homens que não escutam apelos?
O tempo passa e vão nascendo pentelhos...

terça-feira, 10 de maio de 2016

Com Dezoito Anos






























Com dezoito anos...
Eu ainda colheria borboletas azuis
Num céu de sei lá quantas cores
Com vários carneiros de algodão...

Com dezoito anos...

Eu procuraria teu único sorriso
Em meio aos homens malvados
Sem ter medo algum...

Com dezoito anos...

Eu não temeria a dor que aflige
Em caminhos mais tortuosos
E brincaria em mil labirintos...

Com dezoito anos...

Me tornaria um ladrão de beijos
E um caçador de romances
E o guerreiro mais destemido...

Com dezoito anos...

Recolheria todas as gotas de chuva
Todas elas de uma vez só
Pra brincar nesses temporais...

Com dezoito anos...

Eu seria o rei da dança
O mais feliz dos namorados
O mais fiel dos companheiros...

Com dezoito anos...

Esqueceria todo esse choro
Que já chorei um dia
Por não ter mais dezoito anos...

(Para Jullyano Lourenço, o Poetinha).

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...