terça-feira, 10 de novembro de 2009

Todos os Nomes


Nomes feios ou bonitos, mas sempre nomes. Não nomes feios desses que a gente fala em várias vezes. Mas feios porque diferentes para nós e não para os outros. Mas como ia dizendo, nomes.
Nomes no balanço do vento que nem barquinhos na água. Alguns que eu amei, outros que não. Mas sempre nomes. Alguns lembrados, outros esquecidos pelo consciente, mas todos ainda no mesmo lugar.
Nomes que foram só porque foram, nomes que foram e eu não queria, nomes que esqueci e nem deram adeus e outros ainda que eu vivo neles.
Nome da primeira vida. Nome da primeira de muitas idas. Nome do primeiro amigo, do primeiro irmão e do primeiro cúmplice. Nome da primeira e das outras amadas também.
E nomes de coisas que dizem não ter nomes, mas acabam por si só tendo. Nome das cores e em cada uma delas. Nomes das ruas e do tempo.
Por onde anda tanta coisa se nunca foram de mim?
Caso encontrem-nos por aí (e a tua piedade for maior que meu pesadelo) perguntem por mim o que é que houve. E me tragam a resposta mesmo se já for tarde.
Perguntem à chuva por onde anda. Perguntem ao sol onde ele começa. Perguntem ao amigo se ele existe. Perguntem pra amada se ainda tenho chance. Perguntem ao colega se agora eu posso brincar. Perguntem se ainda existe um lugar na roda para mim.
E se te perguntarem quem mandou perguntar diga-lhes que não sabes meu nome, não porque não te contei, mas porque não perguntaste por saber bem quem sou eu. Eu sou aquele que vive em cada peito enquanto cada um vive em mim. Aquele que chorou mais do que riu, mas que não se arrepende de ter rido e que rirá quantas vezes necessário for. Mas se ainda assim te perguntarem, diga que meu nome não pode ser dito e apenas lido e quando perguntarem onde indique as nuvens.
Outros, meu amigo, outros nomes e outras cores, leia até o final e descobrirás que somente se resolveres meu enigma eu te direi, mas se não, te devorarei no mesmo espaço...

Um comentário:

  1. lindos, todos lindos,parabéns por tanta sensibilidade e sinceridade, bjus

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Carliniana XLIV (Tranças Imperceptíveis)

Quero deixar de trair a mim mesmo dentro desse calabouço de falsas ilusões Nada é mais absurdo do que se enganar com falsas e amenas soluçõe...