domingo, 31 de outubro de 2021

Alguns Poemetos Sem Nome N° 113

Nada não...

Versos embriagados

caindo de sujas páginas

de amarelados livros

que não serão lidos...

Nada não...

Gritos insensíveis

para o velho inútil

na velha cadeira

sem nada entender...

Nada não...


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Perdi toda noção possível

aprendi a desaprender

poucas palavras me bastam

e se erro - agora tanto faz

Perdi toda noção do possível

os relógios são inflexíveis

cada lição é página esquecida

mas a memória não tem culpa...

Acabaram as cadeiras na calçada

mas o choro ainda continua...


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A corda esticada

sem ser passarinho

balançar pateticamente

até acabar quase tudo

isso não foi só em tempos idos

hoje enforcados

apenas trocaram de nome....


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Cinzas e urina

a minha imobilidade recente

em letras erradas que teimam

Aprendemos e desaprendemos

num puro desespero

Arrancaram as asas do pássaro

a  fera não tem mais patas

o peixe está fora d'água

e a flor não tem mais motivos

Mesma poeira se repete...


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Os dentes caíram

o cabelo caiu

a vida foi embora

conhecer outros rostos...


A juventude envelheceu

as forças se esgotaram

a vida foi embora

cumprir seu ciclo...


Os amores acabaram

as promessas falharam

a vida foi embora

para outros cantos...


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fantasiosas fantasias

escolhendo difíceis palavras

para esconder

barrocamente o inexistente

as cinzas espalharam-se pelo chão

e inexiste agora

quem possa varrê-las

com suficiente perfeição

não há cavernas para me abrigar

e os bares ainda estão fechados...


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o profeta de cegos olhos

quer esquecer coisas futuras e improváveis

enquanto seu estômago reclama

o que é básico e imediato

humanamente impossível alguns versos

para o poeta que engolidos papéis

acabam rindo de sua triste cara

os tigres têm muita fome

mas o prato de trigo caiu no chão


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o gato na cadeira ao meu lado

outra cadeira, a não-prisão

o frio malvado entrando frio

e a minha essa solidão

um mês morrendo como outro

sem alguma uma distinção

e eu esperando sem esperar

que pare de vez o coração


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