segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Réquiem Para Mim Mesmo


Lilás é a cor da moda. Lilás é a cor do verão. Lilás de meu sangue parado. Matado em meu coração. Lilás é a cor da piscina. Do carro na contramão. A vida vivida na esquina. Amanhã sim, hoje não. Lilás que eu enxergo e não vejo. Lilás lá no alto é balão. É o periquito no realejo. Bilhete de maldição.

Amarelo é a cor da espera. A espera até a exaustão. Espera de uma quimera. Vestida de solidão. E o que pode ser ou não era. Escrito no paredão. E eu soltando essa fera. Sem palavras escritas à mão.

O negro é quem manda em tudo. Em tudo manda a escuridão. Deitado e triste e mudo. Ser ou não ser = eis a questão. Me fale logo um absurdo. Me acorrente na sua questão.

Lilás. Amarelo. Negro.

Respeitem pelo menos meu sono...

(Para Bruninho Santos, sempre imortal).

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