sábado, 10 de setembro de 2011

Azuis, Dourados e Outros Tons


Eu que vivi em tantas eras e vi crescer a hera de tantos jardins. Eu que brinquei em tantos quintais e acompanhei o vôo de tantos sonhos. Que chorei em vários sonos e teimei até não conseguir mais. Que continuei velho e novo ao mesmo tempo. Em malsucedidos jogos e em mal sucedidas tramas. E meus olhos quase desistiram e fecharam de vez.
Eu que vivi em tantos barcos, em tantos mares. E que carreguei comigo tantas chuvas que não cessaram de cair. Que fiz mil festas e mil enterros. Que celebrei os mais estranhos ritos e vi entre as nuvens de fumaça os deuses mais diferentes.
Eu. O Guardião da tumba do faraó. Eu. A esfinge de segredos mais claros. Eu. Cavaleiro de triste figura sem Sancho Pança. Sim. Porque muitos são os tristes, mas mais ainda são os que teimam de viver em inconsolada alegria.
Eis que agora te encontro no improvável. E se meus dedos, velhos dedos, ainda não te tocam, a mente não continua fria. O azul faz seu papel, e nas asas de qualquer ser que voe, aí está o meu caminho. E no ouro dos teus cabelos todas as cores, todos os tons hão de nunca morrer...

(Para Miler com todo o carinho do mundo).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...