A poesia é arcaica, antiga, velha demais, diga quem assim quiser...
Mas antigo é o sonho, o sonho de ser livre, de ver terras, atravessar mares e conseguir o beijo inatingível...
Antigo também, e muito antigo, é o menino que carregamos conosco, dentro de nós, e, quanto mais pesado, mais querido é.
A poesia é arcaica, mesmo com sua nova forma, concreta, etérea, com ou sem performance alguma. E de alexandrinos ou haicais, de trovas ou risadas ou de maldições, faz que o ar seja seu e de mais ninguém.
Seria mesmo arcaica ou rude? Seria o carrasco ou o mártir? O conhecimento pleno ou a loucura que nos salva? A resposta de todas as perguntas? Ou a pergunta para todas as respostas?
Não sei... Se soubesse, afinal de contas, acho que não seria poesia...