Não se preocupe com as moedas:
Elas não possuem donos
São apenas eternas andarilhas
Que ficam caladas
E nunca contam suas aventuras...
Não tenha medo dos dias:
Todos eles se acabam
São como as flores da estação
Se cuidadas ou não cuidadas
Seu destino será o mesmo...
Não se atenha à alheias bocas:
O que falarem à seu respeito
Não moverá pedra alguma
O seu caminho é o seu
E não será de mais ninguém...
Nunca beba em excesso:
Labirintos não tem saídas
E mesmo se assim tivessem
Nossas pernas se cansam
E preferem riachos mansos...
Jamais se escravize à nada:
Enfeites feitos em excesso
Podem trazer algumas feridas
E aquelas que temos bastam
E cicatrizá-las leva tempo...
Faça da ternura uma prioridade:
Coisas simples são necessárias
E suas eternidades são guardadas
Neste cofre que temos no peito
Que alguns chamam de coração...
Não se importe em ser o último:
A vida nunca foi uma disputa
E mesmo se assim o fosse
Não existe prêmio algum
Porque os finais são os mesmos...
E sem pressa do amor chegar:
Ele pra não precisa de cálculos
Chega na hora mais certa
E se ainda não chegar afinal
Mostrará onde ir buscá-lo...
Não se preocupe com as moedas:
Elas não possuem donos
São apenas eternas ilusões
Que ficam caladas
E nunca ficarão conosco para sempre...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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