A vida também erra sabe? Mas... por que eu digo isso? Porque o cara não merecia isso. Era a buzina todos os dias, fazendo chuva ou fazendo sol. Lá vinha ele, sorridente como sempre, independente do que acontecia em casa, com a praga dos filhos ou da filha caçula, ou ainda, da merda da esposa que lhe deu um pé na bunda. Maravilha das maravilhas - mágicos salgados, especialmente o bolinho de aipim, carro-chefe de décadas. Não sei qual sua idade exata, mas viu esse velho aqui, garoto, conheceu meu pai que se foi faz tempo. Gerações e gerações que vieram e foram. Quantos bolinhos de graça, dinheiro não era o mais importante, mesmo se necessário. Por que então ficou cego? Maldito diabetes que te tirou da rua...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
quinta-feira, 23 de outubro de 2025
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