Com a velocidade de um velocípede quebrado
Em dias chuvosos para nada poder se fazer,
Trancado na casa pequena em férias sem sal
Quando nem as moscas visitam as azuis paredes,
Eu sinto, sinto muito a morte que não veio...
Com o mesmo tédio que machucava os ossos
Na mesma televisão primitiva na tosca sala,
Os outros cômodos feito de sólida solidão
Num ponto desconhecido de um old mapa,
Eu sinto, sinto muito que não sei nada....
Eis os olhos que me recusar a escancarar
Porque a escuridão ocupa todo esse tempo,
Gosto amargo ocupa toda extensão bucal
Conviva mal educado que não foi convidado,
Eu sinto, sinto muito um estranho que mira...
Nada é demais para quem é ou está triste
Até esse cheiro dos cadáveres dos sonhos,
Não adianta o engabelo dos passarinhos
E versos sem valor estético desta tal moda,
Eu sinto, sinto que meu sangue ainda corre...
Aqueles meus chapéus acumulam poeira
Junto aos sapatos que agora descansam,
Tudo é pó mesmo dentro de rios tão secos
Que correm em sertões de meu pesadelo,
Eu sinto, sinto que o avião nunca voou...
Contradizendo o que está no papel escrito
Pois não existem nem últimos nem primeiros,
Apenas existem quase mortos e os que mortos
Nessa cena desarrumada que se chama vida,
Eu sinto, sinto meus dedos na tecla feito robô...

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