O pandeiro de Geruá quase uma cuíca
A cobertura localizada ali bem no porão
Faz séculos que eu só compro se for nada
Melões-de-são-cipriano neste meu jardim
Rugas que ganhei naquela bet tão maneira
Quando o Demônio pisca eu bebo o guaraná...
Um sombreiro para a puta que usa tranças
Churrasquinho de limões servidos na esquina
Cagar na praça ainda é a melhor das opções
Faço as compras de mês no cemitério local
Pena que não temos mais frangos nas encruzas
Belinha agora está mais porca do que a orca
Cruzes de plástico para vampiros sintéticos...
Se eu não fosse eu mesmo então não seria eu
O morto pegou um resfriado no mês passado
Faltou linha e não tinha agulha na sua mente
Só assistimos desenhos se de trás pra frente
Meus versos são afiados feito estes babuínos
Nunca mais comemos réguas com chocolate
Dentro do coco tinha outro coco que era coco...
No maracatu do Brucutu só tivemos angu
Eu vi uma mosca que estava usando gravata
Os zumbis agora estão indo nas liquidações
Tango-tango e Carrapicho beberam até cair
Eu só como manga se for de madeira de lei
Cuspi um elefante pelos meus pobres olhos
Sou cardíaco toda vez que carrego toneladas...
O burro agora só dirige carros conversíveis
Meu celular mandou eu calar a boca e calei
Meu gato só fala em alemão com muito sotaque
Bibi agora só degusta mísseis transcontinentais
Sabor cicuta é o novo sabor para rebuçados
Nunca mais fui no Maranhão que eu nunca fui
Qualquer dia vou em Marte andando à pé...
A mãe da Mel é com certeza a dona Abelha
Pigarros e sussurros vão parar no mesmo lugar
A Vila Nova é o bairro mais velho da cidade
Que você tenha aquele dia de muita gratipus
Enquanto temos ainda algum fôlego sem ar
Pesquisarei isso no Google sem internet
Facões sobreviventes não possuem dentes...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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