domingo, 26 de outubro de 2025

Facões Sobreviventes

Linhas quebradas em pedaços inteiros

O pandeiro de Geruá quase uma cuíca

A cobertura localizada ali bem no porão

Faz séculos que eu só compro se for nada

Melões-de-são-cipriano neste meu jardim

Rugas que ganhei naquela bet tão maneira


Quando o Demônio pisca eu bebo o guaraná...


Um sombreiro para a puta que usa tranças

Churrasquinho de limões servidos na esquina

Cagar na praça ainda é a melhor das opções

Faço as compras de mês no cemitério local

Pena que não temos mais frangos nas encruzas

Belinha agora está mais porca do que a orca


Cruzes de plástico para vampiros sintéticos...


Se eu não fosse eu mesmo então não seria eu

O morto pegou um resfriado no mês passado

Faltou linha e não tinha agulha na sua mente

Só assistimos desenhos se de trás pra frente

Meus versos são afiados feito estes babuínos

Nunca mais comemos réguas com chocolate


Dentro do coco tinha outro coco que era coco...


No maracatu do Brucutu só tivemos angu

Eu vi uma mosca que estava usando gravata

Os zumbis agora estão indo nas liquidações

Tango-tango e Carrapicho beberam até cair

Eu só como manga se for de madeira de lei

Cuspi um elefante pelos meus pobres olhos


Sou cardíaco toda vez que carrego toneladas...


O burro agora só dirige carros conversíveis

Meu celular mandou eu calar a boca e calei

Meu gato só fala em alemão com muito sotaque

Bibi agora só degusta mísseis transcontinentais

Sabor cicuta é o novo sabor para rebuçados

Nunca mais fui no Maranhão que eu nunca fui


Qualquer dia vou em Marte andando à pé...


A mãe da Mel é com certeza a dona Abelha

Pigarros e sussurros vão parar no mesmo lugar

A Vila Nova é o bairro mais velho da cidade

Que você tenha aquele dia de muita gratipus

Enquanto temos ainda algum fôlego sem ar

Pesquisarei isso no Google sem internet


Facões sobreviventes não possuem dentes...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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