A morte vindo como nova moda.
Estamos todos de mãos para o alto.
Temos o uísque mas faltou a soda.
Eu levei um susto ontem no assalto.
Vamos roubar expressões consagradas.
Passeios recreativos de lindos saveiros.
Pedaços grandes de múltiplos nadas.
Orações recitadas em sujos banheiros.
A carícia cega feito aquele corte.
Estamos com nossas mãos quebradas.
Melhor que a vida somente a sorte.
Nossas janelas estarão fechadas.
Vamos roubar canções conhecidas.
Nossos deuses agora são o dinheiro.
E nessas manhãs mal amanhecidas.
Quem chega por último é o primeiro.
O fraco se transforma no mais forte.
Nossas bocas estarão escancaradas.
Não estamos no sul e nem no norte.
Estamos dormindo pelas calçadas.
Vamos celebrar esse país criança.
Dar--lhe os méritos que não tem.
Vamos esperar a nossa desesperança.
E todos os tolos que o digam amém...
(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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