Estar onde nunca estamos nunca.
Quase novelas bem temperadas.
Desprezo de macarrões instantâneos.
Eu não tenho bússola alguma.
Meu entendimento nada entende.
Quero novidades mais antigas.
E lápis-de-cor sem cor alguma.
Cobra Cobralina vendia salgados.
Temos almofadas de pedra vulcânica.
E travesseiros de cacos de vidro.
Normalmente não estou normal.
Meu cão adora jogar sinuca.
Já minha cadela prefere o boliche.
Montes de lixo que escondem balelas.
Cerâmicas feitas com os dentes.
Queremos cachaça de filé mignon.
E nosso nome gravado à fogo na lua.
Lucro garantido de fétidos mictórios.
Dança de roda sem seus participantes.
Borboletas desdentadas sempre aqui.
Fato concreto de teorias abstratas.
Os campeões de teimosia são os dias.
A fúria agora tem um seu novo nome.
Ele se enforcou com cordões de tênis.
Cumpre pena por tentar matar a fome.
Sexo nasal só para quem usa sapatênis.
Vamos discutir porra nenhuma sempre.
Meu silêncio é composto de mil gritos.
Estar onde nunca estaremos nunca...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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