Quero te dar mil beijos azuis
Como aqueles que nunca demos!
Embriagados com qualquer coisa
Antes que esse mundo se acabe...
Furar a fila que estamos
Como qualquer um canalha desses!
O bem e o mal acabam invertendo
E confundindo as suas falas...
Hoje não é mais o dia de ontem
Mesmo tendo motivos para ser!
Eu não estou vestido mais de lilás
Mas acho que todo o meu ser está...
Temos que ter sempre cuidado
Dói muito morder a própria língua!
Judas agora está arrependido
De um dia ter ser arrependido...
Não tenho nada porque tenho tudo
Mas é o tudo que não queria ter!
São muitas vogais e consoantes
Mas a minha língua não quer isso...
Vá para o inferno sem passaporte
Mas não esqueça que já está nele!
São tantas correntes que já fez
Que esqueceu da maioria delas...
Nossos corpos não são nossos
São de qualquer um filho-da-puta!
A alma eu tranquei numa gaveta
E esqueci onde coloquei a chave...
Quero te dar mil beijos azuis
Como aqueles que nunca demos!
Embriagados com qualquer coisa
Antes que esse mundo continue...
(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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