Quando minha tia acabava de fazer o almoço ou a janta, fazia o prato dele e gritava bem alto, estando ele por perto ou não... Depois de algum tempo, se ele não viesse, pegava o prato, tampava com outro e colocava na geladeira que ficava na sala, a cozinha era muito pequena e não tinha espaço pra isso. Assim foram muitas vezes. Aí mataram ele, certamente não viria nunca mais pra almoçar ou jantar. Mas mesmo assim, força do hábito ou coração de mãe esfacelado, continuava a fazer a mesma coisa: chamava ele e colocava o prato em cima da pia. Passado um tempo, a comida agora ia direto pro lixo. E assim foram passando, passando dias e dias, até que ela acabou mudando daquela casa. Depois de alguns anos fora, voltou para lá de novo. Não faz mais isto, o costume acabou. Mas a recordação dele e do ela fazia, isso sim, nunca passou...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
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Nem Todo Delírio Delira
Nem todo delírio delira. Assim como nem tudo que parece ser normalidade é... O tempo não acaba com nada, sob as camadas sucessivas de sujeir...
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