segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Diálogos Sem Palavras

Muitos olhos ou apenas dois

Essa insistência maior que a de Caim

Depois de ver a merda que fez...


Aperte logo esse botão vermelho

Queime logo esse seu cigarro

Destrua logo esse seu pobre pulmão...


Eu vim aqui de lá foi quase agora

Sem pedir licença para nenhum cabra

E nem vou pedir quando for embora...


Nunca fui o melhor mas sempre pior

E se foi assim foi até de propósito

Porque a teimosia é que masca pedra...


Se ela tem essa cara de peixe morto

O seu rabo é que salva a franquia

Mesmo quando não sabe quase nada...


Qualquer uma hora dessas eu xingo

Boto fogo nesse caralho de mundo

Porque acabei de perder a estribeira...


Se essa rua fosse minha minha mesmo

Botava todo mundo pra correr

Sem tempo nem de vestir a roupa...


Caio à toa e isso pode acontecer

Tem gente que morre por bem menos

E isso acaba enchendo qualquer saco...


Essa hora que eu afinal nunca sei

Acaba tirando sarro da minha cara

Mas a gente acaba se combinando...


Nossa salvação é não ter nenhuma

Vai cantando que o inferno é aqui

Até aumentar sua conta bancária...


Estar em dia consigo mesmo

É o mesmo que comer um prato de areia

Enquanto vai rindo de motivo algum...


Já se cansou? Pois eu vivo cansado

E no meio dessa noite tão sebosa

Nem mais um peido sem escuta...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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