Muitos olhos ou apenas dois
Essa insistência maior que a de Caim
Depois de ver a merda que fez...
Aperte logo esse botão vermelho
Queime logo esse seu cigarro
Destrua logo esse seu pobre pulmão...
Eu vim aqui de lá foi quase agora
Sem pedir licença para nenhum cabra
E nem vou pedir quando for embora...
Nunca fui o melhor mas sempre pior
E se foi assim foi até de propósito
Porque a teimosia é que masca pedra...
Se ela tem essa cara de peixe morto
O seu rabo é que salva a franquia
Mesmo quando não sabe quase nada...
Qualquer uma hora dessas eu xingo
Boto fogo nesse caralho de mundo
Porque acabei de perder a estribeira...
Se essa rua fosse minha minha mesmo
Botava todo mundo pra correr
Sem tempo nem de vestir a roupa...
Caio à toa e isso pode acontecer
Tem gente que morre por bem menos
E isso acaba enchendo qualquer saco...
Essa hora que eu afinal nunca sei
Acaba tirando sarro da minha cara
Mas a gente acaba se combinando...
Nossa salvação é não ter nenhuma
Vai cantando que o inferno é aqui
Até aumentar sua conta bancária...
Estar em dia consigo mesmo
É o mesmo que comer um prato de areia
Enquanto vai rindo de motivo algum...
Já se cansou? Pois eu vivo cansado
E no meio dessa noite tão sebosa
Nem mais um peido sem escuta...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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