quinta-feira, 15 de maio de 2025

Ainda Não

Ainda não tivemos tempo suficiente:

 para descobrirmos o valor real do tempo

 que não necessita de coisas vãs e mesquinhas

 que seu valor real está na simplicidade e na ternura...


Ainda não tivemos coragem bastante:

 para gritarmos na altura mais alta

 contra a tolice de todos os malvados 

 que hoje dominam o mundo por nossa culpa...


Ainda não tivemos amor na medida exata:

 esse mesmo amor que necessitamos tanto

 o mesmo amor que sempre jogamos fora

 e que deveria ser distribuído pelo mundo todo...


Ainda não sonhamos como deveríamos:

 confundimos o nosso verdadeiro sonho

 com aquilo que acabam nos impondo

 e que afinal nunca foi e nem será nosso...


Ainda não escapamos da armadilha dos sentidos:

  acabamos achando que é básico o que não é

 pagamos tão caro pelo que não tem valor nenhum

 a realidade não é tão malvada como parece ser...


E ainda possuímos o medo que não existe:

 vida e morte nunca foram grandes inimigas

 ambas são essencialmente necessárias 

 e andam sempre caminhando de braços dados...


Ainda não...


(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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