terça-feira, 14 de maio de 2019

Filhos do Avesso

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Somos filhos do avesso
Há mais de um preço
A violência tem endereço...

E na imensidão tateamos
Nem sei bem onde estamos
Acho que um dia amamos...

Somos filhos do avesso
Cada fim é um começo
A tristeza tem seu apreço...

E destruímos o que vemos
Acreditamos no que lemos
Mesmo se razões não temos...

Somos filhos do avesso
Com o frio me aqueço
Imóvel ídolo de gesso...

E no abismo que caímos
E nas ilusões insistimos
Covardes atos de heroísmo...

Somos filhos do avesso
Só diminuo se cresço
Só subo se desço... 

E a moral nos falta
Só há uma febre alta
Como a presa incauta...

Somos filhos do avesso
Nem eu mesmo me conheço
E nem ao sol amanheço...

(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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