sábado, 27 de janeiro de 2024

O Risco

O risco é o preço. Todo fim é o começo. Não pise na grama. Não mije na cama. Não dê endereço. Seja simpático. Seja apático. Não empreste. Não proteste. Fuja da peste. Venda sua alma. Para o desastre tenha calma. O artista é um filho-da-puta. É a luta. É a disputa. Toda tragédia faz rir. Não tou nem aí. Cobra no sertão do Cariri. Mocó no sertão de Caicó. Pau-de-arara. Pedra cara. Macumba na encruza. Tire logo a blusa. Não há recusa. Não há aperreio. O toró já veio. Tem bonito feio. Caiu do andor. Não sei mais que sou. Nem sei quem eu era. Se besta ou se fera. Engulo a quimera. Engulo a tristeza. Não é sobremesa. É o prato do dia. Quem diria. É um nó. É um lá sem dó. Todo capricho. Todo carrapicho. Luxo e lixo. Misturo tudo. Espinho e veludo. Não me iludo. Nem me acudo. Fase feita. Dorme e deita. Não aceita. Vida estreita. É o haicai. Vai e não vai. Morre. Corre. Revive. Não tenho e nem tive. A pedra voou. O maço amassou. No meu imaginário. Eu sou um otário. Eu sou um clown. Eu sou um down. Passos no escuro. A cara contra o muro. Contracapa. Contramão. Ninguém escapa. Do coração. Contramestre. Contradito. O que não preste. Ao infinito. Salada mista. Meia lua. Meio nua. Meio rua. Eu me estranho. É o tamanho. É o fado. Tudo errado. Quase atrasado. Tudo avesso. Tem seu preço. Tem temporal. Vem carnaval. Falta um pouco. Estou quase louco. É quintal baldio. Já chegou frio. É o gato no mio. Numa trança nagô. Mentiu quem falou. Faça logo sua parte. A tolice virou arte. Tá quase na agulha. Da água a fagulha. Delirei. Sei e não sei. Não mais cantarei. É tocaia. Estou tocaiando. Até nunca. Até quando. Dancei para o nada. Que piada. É medo da escada. O risco é o preço. Todo fim é começo...   

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